Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








quarta-feira, 25 de abril de 2012

O apetite por novas experiências

    Olá! Cheguei hoje do trabalho e me deparei com o laptop em cima da escravinha, onde ele raramente fica, o que me deu uma vontadezinha de escrever. Para aumentar ainda mais esse clima literário da sala, o Tato saiu pra treinar futebol e a casa ficou num silêncio poético perfeito com o sol se pondo aqui do meu lado, bem em cima do sofá. 
    Aí eu sentei, abri o Word e pensei sobre o que eu quero falar. Consegui escrever o título desse post. E travei. Vazio cerebral.
    Fui então na cozinha e fiz um Cappuccino (porque não bebo café) pra eu me sentir bem intelectual com uma xícara do lado do computador. Dá um ar de inteligência!
   E agora estou aqui, enchendo lingüiça, em vez de falar do que me propus.  Às vezes é difícil cercar a tal da galinha! Se é que vc me entende...
    Enfim... eu queria era falar sobre essa coisa que cresceu em mim principalmente depois que eu me mudei pra cá, essa coisa que é uma vontade louca de ver tudo, fotografar tudo, experimentar tudo, conhecer tudo.  É verdade que a faculdade plantou em mim a semente do querer aprender cada vez mais e mais e mais e mais, mas parece que foi aqui na Alemanha que eu enveredei de vez por esse caminho sem volta de PRECISAR ver o máximo possível do mundo. Digo caminho sem volta porque acho que expandir o horizonte, “crescer a cabeça” é uma atividade tão prazerosa, que se torna viciante. Sou uma viciada em viver!  E não quero por nada, nunca mais, perder esse vício construtivo e saudável.
    Já tenho vários projetos de momentos que quero vivenciar no Brasil quando voltar: desfilar em uma escola de samba, promover uma tarde de assar biscoitos natalinos com minha família, aprender as receitas da minha avó, conhecer Ouro preto, conhecer o Brasil.
    Não posso também perder essa minha pressa, que nasceu por causa do meu tempo limitado na Europa e que me fez entender que os meus dias de vida serão curtos demais para eu ver e sentir e experimentar tudo o que existe de maravilhoso.
    
   
    Eu queria aproveitar e registrar duas coisas muito legais que nós fizemos esse ano e que eu nunca tinha imaginado fazer:

Uma delas foi um curso para aprender a preparar Cocktails. Um curso beeeeeeem prático, em que o professor jogou algumas receitas em nossas mãos e disse: bom divertimento! 
Ao nosso dispor estavam dezenas de garrafas de bebidas, sucos, frutas, canudos coloridos etc... 
Haja estômago pra experimentar tanta mistureba! Foi muito legal.



Fiquei tão animada com esses workshops oferecidos pela escola do povo daqui (Volkshochschule), que resolvi investir na carreira culinária do Tato e inscrevi o coitado num de Sushi. E em um de fotografia também (no caso eu não tenho muito apetite tecnológico e prefiro ser a modelo do fotógrafo). Lembrei que no Brasil existe o Sesc, o Senac e que se a correria do dia-a-dia permitir, seguirei sempre me renovando com mini-cursos agradáveis.  
    




Bloody Mary e Pina Colada! HUmmm que delícia :)

Alegrinha experimentando mais uma da lista!



    Outra  foi uma oficina de Street Art, mais precisamente de Stêncil, que nós fizemos em Berlim.
    Parece que o mundo cresceu diante de nós com a nossa primeira ida à cidade em 2010, quando entramos em contato com o universo underground dos Grafites através de um tour super legal, que até ganhou um post aqui no blog chamado Free Tour alternative Berlin (outubro de 2010).
    Infelizmente, como nossas viagens são sempre de fins de semana, o tempo foi curto demais pra fazer o workshop.
    Felizmente, voltamos para Berlim em fevereiro deste ano (2012) e pudemos matar a vontade de segurar um spray na mão e soltar a criatividade do nosso espírito pichador! A única diferença é que em vez de picharmos paredes, fizemos nossas obras dentro de um ateliê numa placa de papelão.     E foi genial! Não que eu tenha algum talento ou queira seguir carreira, mas foi enriquecedor provar um pedaço, até então desconhecido por nós, desse planetão suculento.
    Abaixo algumas fotos da tarde divertida: 




  Fase 1: Depois de escolher seu desenho é preciso cortar com um estilete as partes brancas!               

Fase 2: Iniciar pintando o fundo    

Fase 3 e última: Quando se pinta a figura!


Obs: O mesmo stêncil (figura) pode ser usado várias vezes. Os fundos podem ser pintados das formas mais malucas possíveis com obejtos furadinhos, tecidos, telas, arames, etc...


Abaixo minha obra-prima:

Notei que nós iniciantes pecamos por excesso, o que é perfeitamente compreensível: apesar do fundo já estar bonito, vc sempre quer fazer mais um pouquinho e mais um pouquinho, até que sai uma cagada e tem que arrumar tudo! 


Tato e sua super corujinha!


Moral da história: O verbo ter não tá com nada. O negócio é descobrir ou redescobrir o mundo. Descobertas de um novo mundo! Há... Olha o merchã!

domingo, 22 de abril de 2012

"O amor nos tempos do cólera" - um trecho

Achei muito bonito essa partezinha, que colo abaixo. Livro de Gabriel García Márquez.
Chorou pela primeira vez desde a tarde do desastre, sem testemunhas, que era seu único jeito de chorar. Chorou pela morte do marido, por sua solidão, sua raiva, e quando entrou no quarto vazio chorou por si mesma, porque muito poucas vezes tinha dormido sozinha nessa cama desde que deixara de ser virgem. Tudo que era do esposo lhe atiçara o pranto: os chinelos de borlas, os pijamas debaixo do travesseiro, o espaço sem ele nos espelho da penteadeira, o cheiro pessoal dele em sua própria pele. Abalou-a um pensamento vago: “As pessoas que a gente ama deviam morrer com todas as suas coisas.” Não quis ajuda de ninguém para se deitar, não quis comer nada antes de dormir. Na angústia de sua desolação, rogou a Deus que lhe mandasse a morte esta noite durante o sono, e com essa ilusão se deitou, descalça mas vestida, e dormiu no mesmo instante. Dormiu sem saber, mas sabendo que continuava viva no sono, que lhe sobrava metade da cama, que jazia de costas na margem esquerda, como sempre, mas que lhe fazia falta o contrapeso do outro corpo na outra margem. Pensando adormecida pensou que nunca mais poderia dormir assim, e começou a soluçar adormecida, e dormiu soluçando sem mudar de posição na sua margem, até muito depois de acabarem de cantar os galos, e a despertou o sol invejável da manhã sem ele.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Poema de Alberto Caeiro

Se eu pudesse trincar a terra toda

E sentir-lhe um paladar,

Seria mais feliz um momento...

Mas eu nem sempre quero ser feliz.

É preciso ser de vez em quando infeliz

Para se poder ser natural...


Nem tudo é dias de sol,

E a chuva, quando falta muito, pede-se

-Por isso toma a infelicidade com a felicidade

Naturalmente, como quem não estranha

Que haja montanhas e planícies

E que haja rochedos e erva...


O que é preciso é ser-se natural e calmo

Na felicidade ou na infelicidade,

Sentir como quem olha,

Pensar como quem anda,

E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,

E que o poente é belo e é bela a noite que fica ...

Assim é e assim seja...

domingo, 15 de abril de 2012

Uma tarde em Capri

Depois de uma viagem “fantástica” de 1 hora de barco no mar bravo, chegamos azuis em Capri. Para celebrar nossa chegada e combinar com nossa cor, o céu também quis ficar azul por alguns minutos. Uau! Pudemos então nos deslumbrar com aquela ilha alta cheia de casinhas no morro, enquanto nos recuperávamos da zonzeira estomacal. Parece que toda ilha tem um clima especial, um clima relaxante, energia positiva, não sei explicar, mas é daqueles lugares que vc chega e se sente bem.

Tato no barco antes da viagem... coitadinho não tinha idéia do que estava por vir!


Vista da ilha de dentro do barco

Em vez de pegarmos o funicular, subimos a pé do porto para o centro de Capri numa caminhada agradável de uns 25 minutos. Ai que bonito! Conforme se caminha pelos corredores apertados, onde não passam carros, pode-se ver as particularidades de cada casa com seus azulejos personalizados no portão, pés de limão por todos os lados, pedacinhos de mar ao longe. Abaixo uma montagem dos azulejos que tiramos fotos.



Caminhada gostosa até o centro de Capri. Vesúvio ao longe.

Pé de limão por todos os lados

Chegando ao centrinho de Capri... Uau de novo! Que delícia! Centrinho gente fina! Que vista! Era lotado de cafés com mesinhas na calçada ocupadas por turistas estrangeiros e italianos também. Tomamos uma Granita (raspadinha) de limoncello e laranja que foi inesquecível e ainda caminhamos pelas lojinhas, onde comprei um azulejo lindo pra minha estante de souvenirs.


Lá embaixo está o porto

Momento raro de Sol

Olha só que delícia de cor de raspadinha ali no balcão

Hora de subir ainda mais. Agora íamos para Anacapri, a outra cidade da ilha. Depois de uma espera básica de uns 30 minutos, pegamos um busão que na verdade era um businho ou, melhor ainda, um bus piccolo (provavelmente pequeno para fluir melhor nas ruas apertadas da ilha) e chegamos de baixo de chuva nessa outra parte linda da ilha. Caminhamos um pouco e ... o que é que se faz quando está chovendo? Come-se!!! Entramos num restaurante e almoçamos uma pizza muito boa (não há comida ruim nessa parte da Itália).



Centrinho simpático

Enquanto isso o tempo abriu de novo e nós decidimos subir de teleférico para a parte mais alta da ilha de onde se tem a vista das pedras famosas. A subida demora uns 13 minutos na cadeirinha e vc vai apreciando a cidade ficar cada vez menor. Adivinha só o que aconteceu? Durante esse trajeto o tempo fechou de novo e nós chegamos lá em cima já com alguns chuviscos. Felizmente a vista valeu muito a pena e tiramos umas fotos muito bonitas.

Cadeirinha teleférico... ui q meda!

O cartão postal da ilha de Capri

Hora de ir embora e correr pro Porto pegar o barco de volta pra Nápoles. Para nossa sorte estávamos tão cansados que dormimos a viagem toda e não deu tempo de ficar com enjôo.

Descida com chuviscos. Olha só uma pessoa de guarda-chuva do lado esquerdo!

Se Capri já foi inesquecível com chuva, imagina só com sol. Abaixo dois videozinhos do Rick Steves sobre a ilha:


Frase pérola de restaurante italiano

Contexto: Eu e o Tato temos o costume de pedir pratos diferentes em restaurantes para trocarmos e podermos experimentar dois sabores diferentes.

Eu vendo que o macarrão do Tato está quase acabando:

- Deixa eu comer esses seus pennes!

Huahauhah Ainda bem que ninguém ouviu!

O dia em que eu quase nadei em Pompéia e...

... não perdi o bom humor!

Esse, mais do que um post sobre as ruínas da cidade devastada pelo vulcão, é um post sobre viajar bem!

Durante essas mini-férias em Nápoles, pude perceber o quanto eu e o Tato amadurecemos no tema viajar! Porque é preciso dizer: nosso passeio poderia ter sido um fiasco devido à chuva incessante, mas foi maravilhoso como todos os outros!

Numa viagem de extremos como essa (momentos muuuuito bons e momentos difíceis) o importante é nunca perder o bom humor e ser flexível ao acaso. Devemos lembrar sempre que estamos passeando de férias e que tudo vale a pena para se conhecer um pouco mais do mundo. Não importa se passei metade do meu sábado e do meu domingo com os pés encharcados dentro do sapato encharcado. Não importa se eu fiquei um tempão parada no trem indo pra Pompéia ou se quase vomitamos no barco a caminho de Capri porque o mar estava muito bravio. Não importa nada disso porque os momentos bons compensarão o sacrifício desses pequenos imprevistos. Tudo vale a pena se alma não é pequena!

E nós conseguimos!!! Conseguimos tirar leite de pedra. Quer a prova? No sábado à noite comendo em um super restaurante italiano tivemos a espontaneidade de brindar “à chuva que nos traz os bons alimentos”! Siiiiiiiiim meus amigos, brindamos aquela mesma chuva que nos molhou o dia inteiro. Tá certo que estávamos no ápice da felicidade comendo uma Caprese fantástica... mas brindamos de coração! E esse deve ser o espírito do viajante... ou pensando maior... do ser humano: Always look on the bright side of Life! Tchuru tchuru tchurururu!


Agora, vamos ao relato da nossa aventura em Pompéia.

Chegando à estação de trem, compramos os tickets, alugamos um áudio-guide mais mapinha das ruínas, abrimos lindos nossos guarda-chuvas e lá fomos nós entrar na cidade.


Entrada das ruínas na Porta Marina

Primeira impressão: Meu Deus como isso é grande. O lugar é de fato uma cidade. Quando se houve falar em ruínas, ninguém imagina que o negócio é gigantesco assim.

Restos da Basílica

E aí começam os contratempos de passear debaixo de um dilúvio. Eu não sabia se ouvia o guia auditivo, procurava os pontos no mapa (que foi virando uma pasta colorida de modelar), segurava o guarda-chuva ou tirava fotos. Socorro! Depois de algumas tentativas inúteis em entender em qual ponto eu estava, e aproveitando que a coisa era uma pasta mole molhada, fiz dele uma bolinha e arremessei sem dó no primeiro latão de lixo. Desencanei. Decidi comprar nas barraquinhas da saída um bom livro sobre a história de Pompéia com fotos e pude então desfrutar a atmosfera de uma cidade muito muito muito velha. Aí tudo ficou gostoso de novo!


Muita chuva a caminho do anfiteatro

Impressionante ver os primeiros grafites, as paredes grossas de pedra, o tamanho pequeno das casas populares. Mais impressionante ainda ver as “estátuas” das pessoas na posição que elas morreram. Pra quem não sabe o que aconteceu com Pompéia foi o seguinte:

A cidade pertenceu outrora ao Império Romano e foi destruída durante uma grande erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.c, que provocou uma intensa chuva de cinzas, sepultando completamente a cidade. Ela se manteve oculta por 1.600 anos, até ser eventualmente reencontrada em 1749. Cinzas e lama protegeram as construções e objetos dos efeitos do tempo, moldando também os corpos das vítimas, o que fez com que fossem encontradas do modo exato como foram atingidas pela erupção. (Wikipédia)

Alguns dos primeiros registros de grafite da história

Detalhe na pessoa tampando o nariz

Esta pessoa também cobria o rosto

É curioso também ver os caminhos de pedra que ligam uma calçada a outra. Isso existia porque pelas ruas fluía constantemente água (para lavá-las do esgoto) e assim os moradores não molhavam os seus pés.


Depois de algumas horas de caminhada e muitos litros de água na cabeça, saímos das ruínas e fizemos uma pausa logo no primeiro restaurante da rua, cheio de Limoncellos inacreditavelmente grandes! Uau! Com um só daqueles se faz caipirinha para uma festa inteira! Tomei uma limonada deliciosa e aproveitamos para almoçar.


Hummm que limonada! Difícil de ver, mas estou segurando minha pequena souvenir!


Beringela a parmegiana

A idéia inicial era então subir dali para a boca do Vesúvio, mas naquele dia nem os ônibus turísticos estavam subindo. Só se fosse com a arca de Noé. Apesar de o vulcão ficar do ladinho da cidade, não era possível ver 1 cm do seu tamanho colossal devido a intensidade da neblina.

O projeto de sentir a energia de um vulcão debaixo dos meus pés foi adiado para próxima oportunidade! Hora de voltar para Nápoles e passear pelas ruas do centro da cidade.

sábado, 14 de abril de 2012

Nápoles e minha Páscoa Gastronômica

Se você me perguntar o que eu fiz em Nápoles, a resposta é bem simples: Eu comi. E como comi bem!

Ahhh que maravilha que é comer comida italiana de verdade, fora do centro turístico e longe daqueles restaurantes caros com comida congelada para pobres viajantes desinformados. Essa foi a maior vantagem do meu Hotel Mercure Garibaldi, que apesar de se situar numa área um pouco tensa da cidade, fica pertinho de restaurantes fantásticos! Nossa receita nesse caso é simples: não sair caminhando a noite com coisas que não se quer perder. É só evitar situações desagradáveis.

Comecemos então pela antica pizzeria da Michele, uma fila de 1 hora e meia e uma pizza marguerita individual gigantesca de cincão, que valeu todo o sacrifício da espera! Restaurante antigo e pequeno, ambiente simples, paredes descascadas.

Do alto de seu altarzinho logo acima do forno a lenha, observa-me um santo que divide a parede com uma foto da Julia Roberts abocanhando um pedaço de pizza feita por eles mesmos. Nas outras paredes encontramos retratos dos fantasmas de mil oitocentos e bolinhas, os fundadores do restaurante. Ali o negócio é tradicional! E vale a fama! Santo Rick Steves que fez um filminho divulgando o local! Ali se come a melhor pizza marguerita da vida com a melhor mussarela de búfala do universo, acompanhada por folinhas frescas de manjericão em cima de uma massa fininha fantástica, regada ao molho de tomate de verdade.

O restaurante é tão tradicional que só serve dois sabores de pizza: marguerita e marinara (sem queijo). Isso mostra o quanto os ingredientes são frescos e nada é congelado. Esses tempos, ouvindo umas entrevistas com uns experts em cozinha, aprendi que quanto menor o cardápio de um restaurante, mais fresca é a comida, porque eles não fazem estoque.

Aprendi também que a Pizza Marguerita celebra as cores da bandeira da Itália: verde = manjericão, vermelho = tomate, branco = mussarela. Não é engraçado?

Aliás... meu Deus do céu... o que será que têm de especial essas búfalas da região de Nápoles? Porque a mussarela é tão cremosa que derrete na boca?

Uma boa pedida para saborear ainda mais essa bolota branca dos deuses é pedir uma salada Caprese ( a palavra vem de Capri. Não é legal?): mussarela fatiada com rodelas de tomate e folinhas frescas de manjericão, acompanhadas por pão italiano e um bom azeite! HUMMMM. Esse foi o nosso antipasti (entrada) no restaurante pertinho do hotel chamado Ristorante Pizzeria da Donato. Que maravilhosooooo que foi! Bom e barato! Santo Trip Advisor!!! Todo mundo antes de viajar devia entrar nessa Homepage, porque lá estão dicas óteeemas. Se fosse pela aparência externa talvez não tivéssemos escolhido esse local pra comer e, no entanto, foi o melhor de todos.

Agora vamos falar de algo ruim. A decepção gastronômica da viagem: o tal do licor “desinfetante” de Limoncello, que nem misturando com um pouco de água com gás melhora. Famoso e ruim deve ser provado por qualquer viajante que deseja tirar suas próprias conclusões. O povo de lá adora e toma, na maioria das vezes, após as refeições como um digestivo. Ou seja... quem sabe vc não é um italiano nato e curte o negócio! Pois eu curti mesmo foi outro licor. Na verdade eu me apaixonei por outro digestivo que devia levar a fama e injustamente não a tem: Licor de crema de Meloncello. Tomei numa tassinha trincando de gelada e pareceu que eu estava bebendo o néctar dos deuses! Até comprei uma garrafa pra levar pro Brasil!

Esse foi o Limoncello... difícil tomar tudo!

E esse foi o Meloncello... MARAVILHOSO!

Ainda experimentamos doces deliciosos e tradicionais em uma cafeteria de um tio italiano simpaticíssimo. O pessoal da cidade é muito aberto e não perde a oportunidade de prosear, principalmente quando dizemos que somos brasileiros. Aí o negócio é falar de futebol com o Tato. Esse foi um dos momentos em que mais me senti na Itália: tomando um expresso e experimentando o Sfogliatelle (massinha folhada com creme de ricota e laranja dentro) e o Pastieri (torta que só se encontra na páscoa) com direito ao dono do café nos explicando com a maior atenção do mundo do que cada doce era feito. Os dois foram divinos, difícil eleger o melhor.

Detalhe: Observe o tio legalzinho tirando a foto!

Engordando ainda mais um pouquinho, comi no aeroporto voltando pra casa um tal de Babá, um bolo em forma de cogumelo embebido em licor, no caso, o Limoncello. Não é ruim, mas acho que prefiro ganhar essas mesmas calorias com outra coisa. Um gelato, por exemplo, daqueles beeeem cremosos.



O melhor da Itália: Gelato!

Bom... acho que agora chega de comida! Estou pagando caro na academia pelas minhas calorias italianas. Voltei pra casa com uns quilinhos a mais e 2 pacotes de macarrão tagliatelli caseiro na mala... huhuhuhu


terça-feira, 10 de abril de 2012

Impressões de Nápoles

Nápoles é uma cidade um tanto... um tanto... feiosa. Sujismunda. Perigosa. Mas nem por isso deixa de valer a pena conhecer. Ela tem de alguma forma seu encanto. Uma cidade com personalidade.

É quase possível dizer que sua beleza é ser feia!


Feia sim, porém fotogênica. Cheguei essa conclusão quando olhei as fotos tiradas pelo Tato na região do Castel dell’Ovo. Nossa! Que lindas! É verdade que uma boa luz faz 70% de uma foto e estávamos caminhando ao pôr-do-sol, mas essa área a beira mar é de fato muito charmosa.

Castelo do Ovo e o Vesuvio ao fundo

Vista da cidade de cima do castelo

A foto mais artística que eu já tirei

O centro me lembrou um pouco Roma e a frase clichê dos guias turísticos que serve para quase todos os destinos: o antigo e o contemporâneo convivem em harmonia nas ruas da cidade. Quem já não leu algo assim pelo menos uma vez na vida? Hahaha Clichê ou não, o fato é que se encontram edifícios super modernex ao lado de edifícios todo rococós, com cabeças de gesso saindo da parede. Vi praças e fontes de água. Ruas em obras e lambretas. Sacadas. Muuuuuitas sacadas. Varais. Muuuuuuitos varais.

Redondezas do meu Hotel

Coreto na Villa Comunale

Fim de tarde chuvosa com um teco de sol

Aliás... Falando em varais... Quer tomar um choque de linguagem? Caminhe (na direção oposta do castelo) pela rua principal do comércio e olhe para o lado esquerdo. Você terá a visão de dois mundos paralelos. Ao lado da rua toda chicosa, cheia de lojas e cafés, está o Quartieri Spagnoli (quarteirão espanhol), um bairro muito pobre, que sofre forte influência da máfia (camorra) e é formado por ruas muito estreitas e abarrotadas de sacadas.

Quartieri Spagnoli

Pinceladas minhas impressões gerais da cidade, vamos ao próximo post, ao que realmente interessa: MANGIARE!!!