Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








quarta-feira, 28 de julho de 2010

Lembrancinhas de Viterbo

O que não esquecerei:
* O Bairro medieval todo de pedra chamado Pellegrino
* O Castelo todo charmoso no alto da Colina
* O Frigobar de graça do Hotel, que era reabastecido diariamente :)
* Um passeio engraçado com a mami pelo centrinho, que nos levou a descobrir que lá, além da siesta, a maioria das lojas nem se quer abrem de segunda-feira!
* A pizzaria debaixo do Hotel e sua garçonete italianíssima louca. Assistimos um dos jogos do Brasil lá. E agora, caro amigo, chegamos ao momento da verdade nua e crua: As pizzas brasileiras são muito mais gostosas!!! Dessa vez a porção era gigantesca, mas faltava queijooooo minha gente.
* O homem da lambreta, que desviou seu caminho para nos ajudar a encontrar um lugar para estacionar o carro! A sandy (gps) ficou doidinha de vez qdo entramos no centrinho histórico e encurralou meu pai numa ruazinha tão estreita, que não conseguíamos mais sair. O negócio foi pegar a contra-mão! Sorte que a boa vontade do tio nos salvou de maisAdicionar imagem trapalhadas no trânsito.


E acho que é isso!



terça-feira, 27 de julho de 2010

Que complicação!!!

Aqui os números são falados ao contrário e rola toda uma lógica maluca. Explico: 47.
Quatro é vier e 7 é sieben. Nós falamos como lemos: quarenta e sete. Eles falam primeiro o sete e depois o quarenta: siebenundvierzig! Isso no começo era um saco, pois eu sempre levava uns minutos para entender o número e só depois colocá-lo ao contrário.
Passada essa fase fui aprender as horas. Outra coisa doida. Na linguagem do dia-a-dia se fala: Halb e a hora desejada. Halb significa metade. Então Halb 10, por exemplo, é 9:30. Fala-se sempre Halb e a hora que está por vir. Halb 9 = 8:30. Não faria mais sentido se Halb 9 fosse 9:30? Pois não é...
Mas ok. Passada essa fase...
Jaquelina andava toda confiante na rua, quando percebeu que não estava de relógio. Cheia de si, praticamente uma alemã, não titubeou nem um segundo e saiu logo perguntando para um velhinho na calçada. E sabe o que o senhor respondeu?
Es ist 5 vor halb 11! É mole?
Ao pé da letra: São 5 para meia 11, vulgo 10:30.
Meu DEEEEEUs, qual é o problema de dizer "São dez e vinte e cinco"????

Quando consegui entender que horas eram exatamente, já passava de Halb 11!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Viterbo e o caso de Filipo I, o filho.

Jamais esquecerei da nossa experiência de deleite gastronômico em um restaurante chic e caro, onde uma sobremesa chamada Filipo I nos fez perder a falsa compostura de ricos e cair num ataque de riso até dolorido diante de um pratinho todo enfeitado, que não sabíamos se era ou não o tal.
Explicando: O dono do restaurante nos contou que Filipo I era uma sobremesa primorosa e delicadíssima, na sua opinião a mais saborosa, que levava o nome de seu filho. Meu pai pediu. E eu, mami e Tato decidimos esperar para ver, já que o dono também havia feito primoroso comercial dos pratos riquíssimos de macarrão que pedimos. Pratos obra-de-arte que nos surpreenderam com sua beleza e quantidade explendorosamente insuficiente, a qual poderíamos carinhosamente apelidar de cosquinha estomacal! Aliás, é sempre bom lembrar que finésse não tem nada a ver com encher a pança. Gente fina não come, gente fina desgusta! Ui.
A sorte nossa é que em todo restaurante há uma cestinha de pães que acompanha o prato e que serve para você ficar satisfeito, ou pelo menos sem fome, antes de ir embora.
Devo, no entanto, confessar que os pratos não são tão genorosos em relação ao tamanho de suas porções, pois se espera que se coma a sequência. Ou pelo menos uma entrada.
Meu prato veio com 5, juro, eram 5, pedacinhos de macarrão gravatinha (esqueci o nome) e um molho branco MARAVILHOSO. O melhor que já comi ever!
Mas voltando ao Filipo I. Chegou um pratinho com 5 biscoitinhos coloridos de manteiga artesanalmente trabalhados. Ficamos os quatro observando aquele tesouro completamente perdidos, sem saber o que fazer.

Até que meu pai, a alma bondosa, falou: Pode pegar gente!

Nós: Nãoooooooooooo, magina, o Filipo é seu. Você que pediu.

Pai: Não, esse não deve ser o Filipo.

Mãe: É sim, pq ele iria trazer isso então?

Eu: Mas isso é ou não é o Filipo???

E com esse come não come, eu ri como não ria há muuuuuuito tempo. Meu ataque de riso contaminou geral. Comecei até a chorar. E meu pai, desesperado para que o dono não percebesse nada, começou a falar que nem um louco e não parava um minuto se quer. Aí que nós 3 quase morremos. Quando conseguíamos nos controlar, alguém não aguentava e começávamos tudo de novo. Foram uns 5 minutos catárticos em que nós mal podíamos respirar.
A paz reinou finalmente quando o dono apareceu, desfilando com uma sobremesa lindíssima na mão. O Bendito!
E para fechar o jantar tomamos um vinho licoroso gelado da Sicília, chamado Zibibbo. Vale a pena experimentar!!!


Abaixo seguem as fotos do Filipo e do impostor que se fez passar por ele.



quarta-feira, 14 de julho de 2010

AHHH Venezia Venezia Venezia


Simplesmente um sonho. Dona Veneza toda charmosa faz jus à sua fama!!!
Levo comigo a lembrança inesquecível de um dia maravilhoso, em um lugar maravilhoso, com meu marido maravilhoso.
O que dizer sobre ela...
Nota 10 para o Hotel com decoração à caráter e serviço de vã que nos levava até a boca dos canais!
Um mapa para quem não quiser se perder no labirinto de ruelas, pontezinhas e canais!

Um sorriso para a mulher da janela com floreira colorida que pendurava alguns guardanapos de cozinha no varal!
Um alô para o mundaréu de comparsas turistas com suas máquinas fotográficas e sacolinhas de souvenir!
Uma olhada minuciosa nos ateliês abarratados de máscaras melancolicas e misteriosas!
Uma cervejinha gelada para assistir o desfile de Navios soberbos na beira do mar adriático!
Uma pausa a cada 2 minutos pra foto digna de cartão-postal!
Um punhado de milho para a multidão de pombas da praça São Marcos!
Um suspiro para a ponte do suspiro!
Um abraço para o gondoleiro simpático e doloridos 80 Euros por um romântico passeio de gondôla. Com direito a canção fica um pouco mais caro.
Um brinde com vino rosso para um jantar a 2 na calçada de uma rua apertadinha e aconchegante!
Uma lágrima para o busão que me levou embora de figuinha na mão para voltar um dia!
Um pai-nosso antes de dormir para agradecer pela beleza do mundo!

domingo, 11 de julho de 2010

Descobrindo a Itália parte I - Verona




Sabe a sensação maravilhosa de ter realizado um sonho? Pois é assim que me sinto agora.
Conheci um pouco da tão famosa Itália de que eu tanto ouvia falar. A terra dos meus ancestrais, dos filmes de Fellini, das lambretas, das pizzas, dos gelatos, do povo que gesticula e fala alto, do trânsito caótico. E adivinha só: era tudo verdade. A Itália é simplesmente encantadora!!!
Antes de viajar, nem conversei muito sobre isso com ninguém, porque tudo parecia tão perfeito que eu ficava com medo de dar errado. Agora que já passou e que tudo correu maravilhosamente bem, sem uma vírgula de probleminha, eu posso escrever aliviada e plena por ter recebido um presente tão grande como esses 11 dias perambulando pela bota.
Eu, Tato, Pai e mãe. Alugamos um carro e partimos numa sexta-feira bem cedinho para Verona, a terra de Romeu e Julieta. 5 horas de viagem com direito a parada para fazer xixi.
Foi muito gostoso viajar de carro porque se pode sentir o jeitão do país. Vi parreiras, oliveiras, parreiras, campos de girassóis, parreiras, pessegueiros e mais um pouco de parreiras.
Ao chegarmos lá, Sandy (nosso GPS) já surtou logo de primeira. Algo estava errado. O endereço do Hotel nos levou até uma casa em um bairro afastado, no meio de uma plantação de uvas. Hummm... eu juro que na internet o hotel parecia bem diferente ....
E aqui começa a Itália com uma das suas características mais comuns: a bagunça. Graças a simpatia e boa vontade do povo italiano em ajudar turistas, descobrimos que a rua do hotel mudou de nome e que estávamos a 15 km do destino. Conseguimos chegar graças ao bom e velho boca a boca. Mais do que nunca aquele ditado fez sentido: Quem tem boca vai a Roma.
Detalhe: o pessoal não fala muito inglês não. A comunicação era em português/italiano o tempo todo, bem devagar e cantado. Mais um detalhe que me fez sentir quase que em casa. Demos muitas risadas com as mímicas, com meu pai cantando o português ou falando como índio, com minha mãe misturando espanhol com italiano. Fica nítido como somos criativos quando o entendimento está atravancado e nos desdobramos em milhões de tentativas malucas para fazer o outro compreender.
O hotel tinha uma piscina de um azul insuportável. Estava um calor suador 40 graus e nós não tivemos tempo de nadar. E ainda assim foi perfeito. Talvez se tivéssemos nadado, a água não estaria tão quentinha quanto na minha imaginação e aquela piscina não seria A piscina. Ideal. Platônica. Portanto, fico com a doçura da idéia desse mergulho refrescante que não dei. Perfeito.
Coisas que jamais esquecerei de Verona:
• Logo que entramos no centrinho, nos deparamos com um carro que distribuía Red Bull geladinho na faixa. Foi uma delícia. As coisas que são de graça ou promoção têm pra mim um sabor especial ... Meu sangue ferve por uma lojinha de 1 euro.
• O jogo Brasil x Portugal. Assistimos o jogo em um barzinho gente fina com mesinhas na calçada, lotado de brasileiros barulhentos e um inglês vestido com a camisa de Portugal, que virou a festa da torcida adversária (a nossa). Tomei uma limonada inesquecível e comemos batatinhas fritas em forma de parafuso.
• A casa da Julieta. A casa em si é bem chata, mas vale a pena pela foto na sacada e por ver a mesma cama que foi usada no filme do Zeffirelli. O mais interessante mesmo foi o corredor (na entrada do ponto turístico) com milhões de bilhetinhos de declarações de amor. Que bonito! Um mar de papeizinhos de todas as cores e em todas as Línguas com palavras de carinho do mundo inteiro. Eu e o pai deixamos nossa mensagem para as nossas duas metades que assistiam o jogo na Piazza Brá.
• Assistimos a ópera Aida na arena de Verona. Quer coisa mais digna de se encher o peito de orgulho? Tudo bem que foram 3 horas e pouco de espetáculo e, no final, nós só desejávamos que Verdi tivesse escrito no máximo dois atos. Mas não. Eram quatro. O importante é que estava uma noite agradável e foi muito aconchegante sentar nas pedras quentinhas da arena, que passou o dia tomando sol para receber melhor seus convidados.
• Ainda dei uma caminhada pelas ruazinhas estreitas tipicamente italianas com o Tato. Fomos até um lugar maravilhoso de onde se via o Castelo São Pietro, na beira do rio Adige. O rio era de um azul, dessa vez suportável, mas inacreditável para um rio. Ahhhh se o Tietê fosse pelo menos um pouco azul. São Paulo seria bonito e ... Pensando bem, São Paulo perderia sua identidade. Parece que aquela coisa marrom, fedida e embosteada já faz parte da essência da cidade. São Paulo com rio Tietê azul chamaria São Pedro, São Tomé, São José, mas nunca São Paulo.
Enfim, voltando para minha Itália, acho que Verona tinha um clima de amor no ar, porque o Tato estava me amando muito. Nós contemplamos a paisagem por alguns minutos abraçados bem juntinhos e felizes, antes de voltar correndo para a ópera, comprar um pedação de pizza, subir para ver o espetáculo e descobrir que meus pais estavam sentados simplesmente do lado oposto da arena.
Ainda precisamos conversar sobre a pizza italiana, mas fica pro próximo capítulo da viagem!