Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








domingo, 28 de outubro de 2012

Uma semana depois... a mesma árvore!


Let it snow, let it snow, let it snow!!!

A danada chegou cedo esse ano. Chegou atropelando o outono que nem se quer ainda foi embora :)

sábado, 27 de outubro de 2012

O vazio da parede vazia


    Minha felicidade incomensurável de voltar para casa não deprecia em nenhum momento a vida maravilhosa que tenho por aqui. Por que será que a gente tem essa mania de taxar as coisas? Hoje contando para uma amiga o quanto estou ansiosa para partir, ela perguntou: nossa aqui é tão ruim assim? Absolutamente... a alegria de ir embora não diminui os maravilhosos anos que vivi na Alemanha. Uma coisa não exclui a outra.
    
    Hoje comecei a me despedir lentamente do meu larzinho delicioso. Segunda-feira o apartamento será pintando, de modo que passei o dia tirando os muitos quadros e seus pregos das paredes. Uma atividade aparentemente insignificante. Aparentemente.
    Retirar o quadro, observá-lo com carinho em minhas mãos, sorrir com a lembrança que ele me traz e depositá-lo no sofá para ser empacotado é muito prazeroso. Aqui não há a idéia de separação, já que faremos a tão longa viagem juntos e eles continuarão a fazer parte da minha história. Há, no entanto, algo que fica. Algo que chora. E esse algo é a parede branca, vazia e esburacada. Tudo ficou tão triste que eu mesma sinto-me agora um pouco branca, vazia e esburacada. Essa impessoalidade da parede sem quadros é quase um tapa na cara. Cada buraco uma ferida aberta. Sinto como se eu e meu apartamento estivéssemos terminando um relacionamento. Estamos... na realidade. Um relacionamento tão saudável e feliz que só agora me dei conta o quanto eu vou sentir falta dele.
    Hoje caiu a primeira neve desse inverno. E quando neva, a casa da gente fica infinitamente mais gostosinha e aconchegante. Não há coisa mais acolhedora do que chegar do frio lá de fora, sentir o ar quentinho do lar, fazer um chá e observar pela janela os flocos de neve caírem. Protegido. Pois é. Exatamente isso eu não senti quando cheguei hoje da rua. A casa está meio irreconhecível. Já tem menos a nossa cara e ainda está de cara virada pra mim. Fiz um chá para ajudar, mas enquanto escrevo, percebo o paredão vazio atrás da tela do computador. 
    
    Voltemos agora ao primeiro parágrafo, até então desconexo do restante do texto. A alegria de ir embora, não me impede de sentir a tristeza da despedida. É como se nunca sentíssemos um sentimento por completo. Há sempre um pedaço que chora e um que ri. Separações serão sempre doloridas. Não positivas, nem negativas. Transformadoras.
    O oco é desconfortável porque nós seres gulosos desejamos o todo. O aqui e o lá. O agora, o antes e o depois. Sem esse vazio, no entanto, como haverá espaço para o novo? Além disso... o oco nunca é oco de verdade. Ele é cheio de lembranças que levamos para sempre como tatuagens.
    
    Partirei, portanto, muito tatuada, vazia, feliz e triste.

    E aliviada porque, para nossa sorte, a palavra partir vem sempre acompanhada de outra... chegar!  


    Detalhe: depois de tudo pronto e publicado, percebo na foto uma palavra em vermelho que salta de uma das plaquinhas. Que bonito! 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Outono e Pablo Neruda


     A árvore de frente da minha casa resolveu esse ano assumir um laranja inverossímil. Seria muito narciso pensar que ela fez isso só pra mim? Em comemoração ao meu último outono alemão? Acordar de manhã, abrir a janela do quarto e deparar-se com uma beleza dessas, faz o meu dia um pouquinho mais feliz. Obrigado quem quer que seja o responsável por isso. Aprecio o presente! 
    
    E viva a cortesia que a idéia do "último" traz para os meus olhos! 


    Para fechar aí vai um pouco de Pablo Neruda...

Se todos os rios são doces, de onde o mar tira o sal?
Como sabem as estações do ano que devem trocar de camisa?
Por que são tão lentas no inverno e tão agitadas depois?
E como as raízes sabem que devem alçar-se até a luz e saudar o ar com tantas flores e cores?
É sempre a mesma primavera que repete seu papel?
E o outono?... ele chega legalmente ou é uma estação clandestina?



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A arte de fazer caretas na abóbora

Já que estamos em clima de Halloween, vale a pena olhar esse vídeo. O homem é um artista!



    Confesso que fiquei morrendo de vontade de tentar em casa, mas sozinha parece que perde o sentido.  

    
    Um dos momentos mais inesquecíveis que vivi com meus 7 anos nos Estados Unidos foi esculpir  uma abóbora de Halloween com meu pai. Foi um trabalho árduo e divertidíssimo. Quando pronta, acendemos uma vela dentro e colocamos orgulhosos nossa arte no parapeito da janela para assustar! Ou enfeitar!  Farei o mesmo com minhas Kids. Muito mais emocionante fabricar monstro do que fazer sopa.  



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Circo de Pulgas: ele existe!!!


    Passeando pela Oktoberfest esse ano, tive o prazer de confirmar com esses meus olhos que a terra há de comer que os tão famosos circos de pulgas não são apenas estórias de um passado remoto. Eles existem!


    Compramos o ticket por 4 euros e tivemos o prazer de assistir por uns 10 minutos às façanhas de pulgas treinadas.
    O show acontece em uma sala bem pequenina, onde os espectadores ficam em pé e as crianças sentam-se bem próximas ao mini palco.


    Assistimos ao Número da pulga super forte que consegue sozinha girar um carrossel, uma corrida de carruagens com 3 pulgas competidoras, uma pulga que joga futebol (Essa foi impressionante... Ela segurava a bolinha e atirava no gol. Juro!) e as pulgas bailarinas que nesse dia decidiram não fazer coreografia nenhuma.



    Enquanto tudo isso acontecia, circulava uma pobrezinha, de mão em mão, acompanhada por uma lupa, a fim de que nossos olhos incrédulos confirmassem o inacreditável.
   Quando chegou minha vez, ela sorriu tão humilde na sua condição de prisioneira, que eu quase cometi um seqüestro para colocá-la junto a Pipita (pulga do meu Clown) e dar-lhe um lar com amor.  Ela, no entanto, é uma pulga mambembe e não conseguiria aturar uma vida sedentária. Seu coração pertence ao circo e às suas 99 companheiras artistas. Trocamos olhares de cumplicidade e, com um nó na garganta, passei a pequena dama cuidadosamente para a próxima mão.



    O circo conta apenas com pulgas fêmeas (são mais fortes e maiores que os machos), as quais são treinadas por 3 meses e atuam então outros 3 no show. O domador disse que suas trabalhadoras são alimentadas várias vezes ao dia, com o sangue de seu próprio braço. Aí, caro leitor, a escolha é sua: acredite se quiser.


    Há 64 anos o circo está presente na Oktoberfest! Quem tiver a oportunidade, vale a pena!  
    As fotos são do site oficial do circo (http://www.flohcirkus.de/) ou da minha amiga Rafaela. 


domingo, 7 de outubro de 2012