Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








sábado, 31 de março de 2012

Registrando

Estou escrevendo sem saber direito do quê, mas com plena consciência do porquê.

Hoje tenho meu sábado deliciosamente livre até as 18:00 e uma sensação inquietante não me deixa desfrutar o “Dolce Far Niente” (ainda tenho muito que aprender com os italianos). É que eu tenho que me espremer, mesmo sem inspiração, para registrar tudo dessa minha vida européia que está chegando ao fim. As areinhas escorrem aceleradas na ampulheta do meu tempo e eu me pego desesperada a catar minhas lembranças, antes que elas se percam no deserto vazio do esquecimento. Eu tenho que guardar o máximo possível delas.

Amanhã será Abril! Já venci meu último inverno alemão! Nem sei como explicar o alívio que essa sensação me traz. Parece que só agora caiu minha ficha. Na verdade, só depois que falei com minha avó no telefone e ela deu um grito de alegria quando contei isso pra ela. Acho que eu estava esperando para ter certeza de que realmente não iria esfriar mais e assim poder ficar feliz de verdade. E acho que já posso afirmar com tranqüilidade, pois as plantinhas já escancaram essa verdade que alivia meu coração: O último inverno cinza desses meus 4 anos alemães ficou para trás! É fato que quando formos embora em Dezembro já estará um pouco friozinho por aqui, mas esse friozinho é todo outro. Ele tem um clima romântico de Natal europeu que tanto me fascina.

Hoje acaba março. Nossa diferença de horários passou pra 5 horas. Os dias já escurecem as 19:30 e isso me dá uma energia incalculável. Definitivamente sou uma pessoa de calor!

Hoje, coincidentemente, acabei de ler meu livro do Dostoievski (que tem me acompanhado há pelo menos 2 meses) e assisti os últimos episódios da série da ovelha. Deve ser por isso que estou me sentindo meio viúva nesse momento. Viúva, porém feliz!

Abril chega de cara nova!!! Com o calor de Nápoles (viajaremos na próxima sexta de páscoa) e a beleza das flores.

Ai que delícia que foi virar mais uma folinha do meu super calendário de Pin-up Girls.

E para não perder o motivo que me levou a escrever, segue uma fotinha registro do nosso primeiro Churrasco do ano (adoro essa solenidade que o número 1 dá para as coisas simples). Em plena quarta-feira tive a BENÇA de sair as 15:30 do trabalho num dia ensolarado e quente (17 Graus). Encontrei o Tato e fomos churrasquear no rio. É verdade que ele não estava na sua melhor Shape: sujinho, com árvores peladas e lotado de adolescentes desesperados para pegar um solzinho. Mas eu já o amo pelo que ele me significa e perdôo esse dia de feiurinha. Enfim, o primeiro churrasco do ano foi perfeito! Digno de uma quarta à tarde de começo de primavera.

E está aberta a temporada do Salsichão na Brasa!!!


sábado, 24 de março de 2012

Saint Patrick's Day em Dublin

Quer experiência mais genuína que comemorar essa data tão divertida no país que ela é mais festejada??? São Patrick’s Day é comemorado nos países que falam a Língua Inglesa e é a festa que celebra São Patrício, um dos santos padroeiros da Irlanda.


Mas o que ele tem a ver com o trevo de 3 folhas e com aqueles gnomos de chapéu chamado Leperchauns?


Dizem que o Saint Patrick usava trevos de 3 folhas para explicar a Santíssima Trindade aos pagãos que viviam na Irlanda. (Wiki: Nasceu na costa oeste da Grã-Bretanha. Quando tinha 16 anos foi capturado e vendido como escravo para a Irlanda, de onde escapou e retornou à casa de sua família seis anos mais tarde. Iniciou então sua vida religiosa e retornou a ilha de onde tinha fugido para pregar o Evangelho).

Já os Leperchauns são uns gnominhos ou homenzinhos do folclore irlandês. Vestem-se de verde, são sapateiros e podem te levar ao pote de ouro.


Pronto! Uma mistura de tudo isso mais pubs cheios de gente feliz (turistas e locais simpaticíssimos), vestida de verde, tomando Guinness e ouvindo música tradicional dá o Saint Patrick's Day em Dublin.


O lema dos irlandeses pode ser sentido no ar: We Love you any way! Na parede do Pub: Be Good or be gone! Apesar da lotação, não vimos uma briga sequer. Todo mundo estava lá pra festejar. Que simpatia de povo! Que coração aberto eles têm para os turistas! Vc se sente em casa com velhos conhecidos. No Pub que eu mais gostei, chamado Gogarty, até dançamos de braços dados com uns velhinhos irlandeses ao som das sessões. Os violinos pegavam fogo! Era possível sentir o chão de madeira tremendo e isso dava um estímulo que subia pela espinha! Muito mais forte que Red Bull ou Café Expresso com Coca-cola!

Até tirei uma foto com um tio irish que tem muita kra de irish!


E o Tato com um fotobomber irlandês super receptivo, que fez questão de nos fotografar e desejar uma ótima festa!


Aliás, a presença de fotobombers tem sido cada vez mais constante. Isso é uma tendência mundial! (Pra quem não sabe, essas são aquelas pessoas que fazem de tudo para sair na sua foto, mesmo sem serem convidadas).


O que mais dizer de Dublin?

A passeata foi legal pelo fato de toda a platéia participar fantasiada: roupas verdes, chapéus gigantes ou pequeninos de Leperchauns, antenas de trevos de 3 folhas, bandeiras da Irlanda pintadas nas bochechas. Mas o desfile em si... deixou a desejar! Não tanto pelo lado técnico/material, mas por faltar uma música e aquela alegria contagiante do carnaval brasileiro. Devo admitir que é mais emocionante ver o desfile de rua de Rio Claro! Faltou sangue quente na rua. O que na verdade é até compreensível. Estava um friozinho de doer pra quem ficou esperando 2 horas pelo desfile e aí qdo a Banda passou falando coisas de amor, nossos ossos já estavam congelados e era até difícil de sorrir. Tenho certeza, no entanto, de que por dentro todos vibravam e isso pode ser provado qdo se entra no calorzinho mucuvuco dos Pubs e o sangue não ferve, SUBLIMA! Sublime!!! Awesome!!! Tudo regado a muita Guinness com sua espuma mais do que cremosa e seu gostinho de café.








Por sinal, a lenda de que os Leperchauns levam até o pote de ouro é verdadeira. Nosso Pote era beeeeem grande e se chamava Guinness Storehouse, onde tomamos a melhor de todas, tirada pelas nossas próprias mãos, com direito a um diploma do Pint Perfeito e vista 360 Graus da cidade inteira diretamente do Gravity Bar.





Ainda tomamos um café da manhã tradicional (ou eu deveria dizer uma bomba irish?)...


Fizemos um Free Tour para nos inteirarmos um pouco da história da cidade...


E fechamos a noite de Domingo curtindo música tradicional no Temple Bar em pessoa (digo em pessoa porquê, na realidade, Temple Bar é o nome da área onde ficam grande parte dos Pubs. Acontece que algum gênio do Marketing nomeou seu Pub de Temple Bar e hoje qualquer turista que passa pela city acaba tirando uma foto em frente ao local).


Abaixo o vídeo de 2 momentos da nossa experiência musical mais a letra super divertida da segunda música!


The Wild Rover

I've been a wild rover for many a year

And I spent all my money on whiskey and beer,

And now I'm returning with gold in great store

And I never will play the wild rover no more.


chorus: And it's no, nay, never,

No nay never no more,

Will I play the wild rover

No never no more.


I went to an ale-house I used to frequent

And I told the landlady my money was spent.

I asked her for credit, she answered me "nay

Such a custom as yours I could have any day."

chorus

I took from my pocket ten sovereigns bright

And the landlady's eyes opened wide with delight.

She said "I have whiskey and wines of the best

And the words that I spoke sure were only in jest."

chorus

I'll go home to my parents, confess what I've done

And I'll ask them to pardon their prodigal son.

And if they caress (forgive) me as ofttimes before

Sure I never will play the wild rover no more.

chorus


quarta-feira, 14 de março de 2012

O Frühling

Ebaaaaaaaa!!!! Hoje começa oficialmente o Frühling. Primavera. Spring. Printemps. Vere. ربيع. Вясна. (não é genial esse desenhinho significar uma palavra inteira??? Esses japoneses são uma loucura).

E pra comemorar por termos sobrevivido a mais um inverno, Deus hoje nos mandou um dia beeem ensolarado.

Abaixo a foto da minha mini-orquídea que depois de 1 ano floriu de novo :)

terça-feira, 13 de março de 2012

Kebabs ou o X-salada alemão


Faça chuva ou faça Sol os tolotos estarão sempre lá!
Por toda Alemanha, em qualquer esquina, todos os dias do ano, independente da temperatura... bateu uma fome? Vai num turco e manda um Doner goela a baixo. Se a fome for grande demais vale comer o Durum, que de duro não tem nada!

O Doner Kebab nada mais é do que um espeto de carne ou frango GIGANTESCO que fica girando em um Grill e do qual o atendente, geralmente turco, corta fatias finíssimas com uma maquininha própria para colocá-las sobre o pão pita. Aí vem ainda cebola cura, repolho, tomate, molho de yogurt e pimenta. O durum é tudo isso, mas em vez de pão, o recheio vem numa massinha fininha em forma de pizza, que enrolada vira um canudão de 30 cm. Muito saboroso!

Uma vez vi um negócio desses em Campinas, mas, sem preconceitos, algo me diz para não inventar de experimentar essas coisas no Brasil. Ainda mais no calçadão da Glicério. Vai saber do que é feito o toloto brasileiro né? Bom... pelo menos acho que não deve ser de gato... ou se for... haja gato!!!

Obs: Roubei a foto do wikipedia. Espero que ng me processo por isso.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Uma caminhada em Montmartre

Voltando do Brasil para minha casinha alemã, fiz uma escala de 9 horas em Paris. Sabendo que o aeroporto não fica tão perto da cidade assim, decidi escolher uma única experiência e desfrutá-la com tranqüilidade do que me estressar e querer fazer o máximo de coisas possíveis nesse intervalo de tempo. Isso foi uma coisa que fui aprendendo ao longo das nossas viagens pela Europa: qualidade em vez de quantidade. Ultimamente eu prefiro ver 2 coisas legais e vivenciá-las de fato, do que 50 sem ter parado um minuto de verdade para contemplar alguma.

Assim, decidi passar uma tarde agradável em Montmartre. Primeiro porque é um bairro todo poético, cheio de artistas e atmosfera romântica. Depois pq é palco do filme da Amelie Poulain que eu gosto muito.

Foi a primeira vez na vida que viajei sem ninguém e confesso que estava um pouco apavorada com a idéia. Para minha surpresa, a tarde em que mais estive sozinha da minha vida não foi nada desagradável! É claro que tudo estava temperado com aquela angustiazinha que sempre sinto ao partir da minha terra, mas agora percebo o quanto aquele momento foi precioso.

Desci na estação Abbesses de máquina na mão e comecei a caminhar seguindo um circuito que imprimi no Google Maps. Naturalmente que seria mais romântico vaguear sem destino certo, mas para a estréia de uma viajante solitária, um mapinha dá uma segurança consoladora.

Fui visitar o Cafe des 2 Moulins, onde a Amelie trabalhava no filme. Poxa que legal que é isso! Como um filme pode tornar um lugar normal assim tão mágico? Escolhi sentar numa mesinha encostada na vitrine de vidro com vista para a rua, mas me sentei mesmo foi virada para dentro café. A sensação é que a ficção é realidade, que tudo aconteceu de verdade e que eu de alguma forma também era íntima daquele lugar. Desconfio que a Amelie ainda trabalha ali, mas estava no seu dia de folga. Faltavam mesmo só os personagens, mas com um pouco de criatividade podia-se facilmente inventar estórias com aqueles que ali trabalhavam.

Pedi uma tábua de queijos franceses e fiquei lá curtindo minha solidão, sem pressa de ir embora. É gostoso observar as pessoas. O legal é que no café não se vê somente turistas. Muitos nativos também vão lá durante sua pausa do trabalho tomar uma xícara de expresso. Aliás, que bonito que é isso dos franceses em cafés comendo seus croissants e lendo jornais ou trabalhando no laptop. Essa é uma imagem muito forte que tenho da França. Se a mesinha for na calçada ainda, mais legítimo!

Fui visitar também o Moulin de Gallete, um moinho no meio da cidade. Bonito! Mas o que eu mais gostei mesmo foi andar pela pracinha dos artistas chamada: Place Du Tertre, que fica muito próxima da Sacré Couer e é cercada por Cafés com mesinhas para fora. Lá muitos artistas expõem seus quadrinhos para vender ou fazem caricaturas dos turistas por 20 euros. Um museu ao ar livre!

Depois caminhei até a basílica de Sacré Couer e sentei uns bons 15 minutos nas suas escadas com vista para a cidade. Apesar de muito bonito, achei tudo meio triste. As árvores estavam sem folhas e o dia frio e levemente escuro. Para mim, que acabava de sair do Brasil 40 Graus, a Europa era de um silêncio triste e cinza. Ou eu é que estava vendo o mundo pelos meus olhos tristes? Não escutar mais português doeu na minha alma.


Então entrei, rezei um Pai-nosso com olhos marejados e decidi voltar correndo pro aeroporto. Tudo ficou grande demais pra mim. Levei comigo alguns postais e uma caixinha de música que toca a valsa da Amelie... uma caixinha de uma delicadeza e de uma beleza... dolorida até.

No aeroporto chorei. Chorei e chorei. Estava mais uma vez cortando meu cordão umbilical com o Brasil. Eu sempre volto pra Europa com mais saudades do que quando saio de férias em Dezembro. No entanto, logo acostumo e a saudade se anestesia.

O importante é que vivi uma tarde interessante e verdadeira em Paris. Sozinha. Tirei até umas fotos muito legais, o que me fez concluir que é necessário silêncio e tempo para se tirar fotos boas, ou pelo menos, fotos menos clichês!


Para quem gosta de viajar

Uma das minhas maiores paixões, descoberta aqui na Europa, é viajar!!! Passo muito tempo do meu ócio estudando um pouco sobre os lugares que vou visitar. O mundo me fascina e viver experiências nos mais diferentes lugares se tornou uma obsessão. Às vezes nem é preciso viajar de fato... com fotos, vídeos e relatos eu também viajo por esse mundão. Naturalmente que... sempre sonhando em poder ver tudo um dia com esses meus olhos que a terra há de comer!

Gosto muito de blogs pq eles têm um gostinho de gente de verdade, gente como a gente. Por isso abaixo deixo um endereço de um homem viajante que faz fotos maravilhosas e relatos gostosinhos sobre suas aventuras no mundo:

http://interata.squarespace.com/

E pra quem ainda quer ver uns vídeos tranquilitos, eu lhes apresento meu grande amigo dos últimos tempos Rick Steves. Ele pode não ser o mais Cult dos guias turísticos, nem ter a voz mais agradável de se ouvir, mas certamente dá umas idéias legais pra quem viajar. Seu endereço no youtube é: http://www.youtube.com/user/RickSteves

Ele também tem um App gratuito para Iphone, com entrevistas e guias auditivos de até 50 minutos sobre os mais diferentes lugares. Uma ótima companhia contra a solidão de pedalar na bicicleta da academia! O tempo passa que é uma beleza :)



Um desenho muito legal

Descobrimos nesses últimos tempos um desenho animado inglês, que na verdade é um stop motion, chamado Schaun the Sheep!

É muuuuito bom!

Dos mesmos criadores de Wallace e Gromit, os episódios com as ovelhas de massinha duram em torno de 5 minutos. Os temas são muito simples e os personagens se envolvem em situações clownescas divertidíssimas.

Está longe de ser uma atração só para crianças.

Fiz algumas cópias pensando nos meus filhos que ainda nem existem... uahauhaha

Abaixo um episódio sobre o tema: Soluço!