Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








domingo, 11 de julho de 2010

Descobrindo a Itália parte I - Verona




Sabe a sensação maravilhosa de ter realizado um sonho? Pois é assim que me sinto agora.
Conheci um pouco da tão famosa Itália de que eu tanto ouvia falar. A terra dos meus ancestrais, dos filmes de Fellini, das lambretas, das pizzas, dos gelatos, do povo que gesticula e fala alto, do trânsito caótico. E adivinha só: era tudo verdade. A Itália é simplesmente encantadora!!!
Antes de viajar, nem conversei muito sobre isso com ninguém, porque tudo parecia tão perfeito que eu ficava com medo de dar errado. Agora que já passou e que tudo correu maravilhosamente bem, sem uma vírgula de probleminha, eu posso escrever aliviada e plena por ter recebido um presente tão grande como esses 11 dias perambulando pela bota.
Eu, Tato, Pai e mãe. Alugamos um carro e partimos numa sexta-feira bem cedinho para Verona, a terra de Romeu e Julieta. 5 horas de viagem com direito a parada para fazer xixi.
Foi muito gostoso viajar de carro porque se pode sentir o jeitão do país. Vi parreiras, oliveiras, parreiras, campos de girassóis, parreiras, pessegueiros e mais um pouco de parreiras.
Ao chegarmos lá, Sandy (nosso GPS) já surtou logo de primeira. Algo estava errado. O endereço do Hotel nos levou até uma casa em um bairro afastado, no meio de uma plantação de uvas. Hummm... eu juro que na internet o hotel parecia bem diferente ....
E aqui começa a Itália com uma das suas características mais comuns: a bagunça. Graças a simpatia e boa vontade do povo italiano em ajudar turistas, descobrimos que a rua do hotel mudou de nome e que estávamos a 15 km do destino. Conseguimos chegar graças ao bom e velho boca a boca. Mais do que nunca aquele ditado fez sentido: Quem tem boca vai a Roma.
Detalhe: o pessoal não fala muito inglês não. A comunicação era em português/italiano o tempo todo, bem devagar e cantado. Mais um detalhe que me fez sentir quase que em casa. Demos muitas risadas com as mímicas, com meu pai cantando o português ou falando como índio, com minha mãe misturando espanhol com italiano. Fica nítido como somos criativos quando o entendimento está atravancado e nos desdobramos em milhões de tentativas malucas para fazer o outro compreender.
O hotel tinha uma piscina de um azul insuportável. Estava um calor suador 40 graus e nós não tivemos tempo de nadar. E ainda assim foi perfeito. Talvez se tivéssemos nadado, a água não estaria tão quentinha quanto na minha imaginação e aquela piscina não seria A piscina. Ideal. Platônica. Portanto, fico com a doçura da idéia desse mergulho refrescante que não dei. Perfeito.
Coisas que jamais esquecerei de Verona:
• Logo que entramos no centrinho, nos deparamos com um carro que distribuía Red Bull geladinho na faixa. Foi uma delícia. As coisas que são de graça ou promoção têm pra mim um sabor especial ... Meu sangue ferve por uma lojinha de 1 euro.
• O jogo Brasil x Portugal. Assistimos o jogo em um barzinho gente fina com mesinhas na calçada, lotado de brasileiros barulhentos e um inglês vestido com a camisa de Portugal, que virou a festa da torcida adversária (a nossa). Tomei uma limonada inesquecível e comemos batatinhas fritas em forma de parafuso.
• A casa da Julieta. A casa em si é bem chata, mas vale a pena pela foto na sacada e por ver a mesma cama que foi usada no filme do Zeffirelli. O mais interessante mesmo foi o corredor (na entrada do ponto turístico) com milhões de bilhetinhos de declarações de amor. Que bonito! Um mar de papeizinhos de todas as cores e em todas as Línguas com palavras de carinho do mundo inteiro. Eu e o pai deixamos nossa mensagem para as nossas duas metades que assistiam o jogo na Piazza Brá.
• Assistimos a ópera Aida na arena de Verona. Quer coisa mais digna de se encher o peito de orgulho? Tudo bem que foram 3 horas e pouco de espetáculo e, no final, nós só desejávamos que Verdi tivesse escrito no máximo dois atos. Mas não. Eram quatro. O importante é que estava uma noite agradável e foi muito aconchegante sentar nas pedras quentinhas da arena, que passou o dia tomando sol para receber melhor seus convidados.
• Ainda dei uma caminhada pelas ruazinhas estreitas tipicamente italianas com o Tato. Fomos até um lugar maravilhoso de onde se via o Castelo São Pietro, na beira do rio Adige. O rio era de um azul, dessa vez suportável, mas inacreditável para um rio. Ahhhh se o Tietê fosse pelo menos um pouco azul. São Paulo seria bonito e ... Pensando bem, São Paulo perderia sua identidade. Parece que aquela coisa marrom, fedida e embosteada já faz parte da essência da cidade. São Paulo com rio Tietê azul chamaria São Pedro, São Tomé, São José, mas nunca São Paulo.
Enfim, voltando para minha Itália, acho que Verona tinha um clima de amor no ar, porque o Tato estava me amando muito. Nós contemplamos a paisagem por alguns minutos abraçados bem juntinhos e felizes, antes de voltar correndo para a ópera, comprar um pedação de pizza, subir para ver o espetáculo e descobrir que meus pais estavam sentados simplesmente do lado oposto da arena.
Ainda precisamos conversar sobre a pizza italiana, mas fica pro próximo capítulo da viagem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário