Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um Domingo no Königssee

     O dia começou cedo. Acordei com as galinhas às 5:50 da matina para fazer uns lanchinhos e partir com o Tato para pegar o trem.
     A ida ao Konigssee é barata (Bayernticket é super em conta), mas exige um pouco de paciência e disposição: a viagem dura aprox. 3:45h saindo de Freising. Ida e volta são umas boas 7 horas e meia de chá de cadeira.  Sabendo disso levamos Ipad, livros, comida e almofada pescocinho para dormir.
    O trem, no entanto, faz um percurso tão romântico que foi impossível fechar os olhos.  Passamos freqüentemente ao lado de pequenas vilas com igrejinhas cúpula de cebola (típico da Bavária) e casas tradicionais de telhado triangular e floreiras nas sacadas. Às vezes cruzávamos algum rio de águas transparentes. No fim da viagem, as pequenas montanhas antes vistas ao longe já não cabiam nas nossas janelas.

Essa foto é da minha mama, quando eles foram em maio pra lá. 

    Percebi que ultimamente observo a Alemanha com olhos melancólicos de quem se despede.
    Fez um dia de sol maravilhoso.
    A região do lago do rei (tradução ao pé da letra) estava transbordando de turistas. A rua que nos leva ao pequeno porto cheia de cafés, restaurantes, hotéis e lojinhas de souvenir parecia uma feira. Admito que adoro muvuca. Dá uma sensação de vida pulsante, não sei explicar. Muvuca da 25 de março então...amo de paixão. Estamos agora, no entanto, na Alemanha. E aqui, agosto é época de férias e dias de sol têm que ser aproveitados. 

Fila para comprar os tickets

Vista do porto para o lago

     Fizemos o passeio de barco até o Mosteiro St. Bartholomä. As águas do lago são tão cristalinas que se pode beber. Navegamos 35 min. montanha adentro.  Em determinado momento, o homem que pilotava a pequena embarcação desliga os motores (tudo é elétrico para não poluir), abre as janelas e diz que nos mostrará o eco. Todos os passageiros ficam em silêncio absoluto. O senhor saca um trompete de trás de um banco e toca uma canção. É de arrepiar os pêlos. Senti-me como uma formiguinha diante da grandiosidade e beleza desse lugar.
Abaixo o nosso vídeo. Dica: Aumente bem o volume para ouvir o eco. 



    Lembrei que na região dos Alpes é muito tradicional uma forma de canto sem texto, surgido por causa do eco desse relevo acidentado, chamado Jodeln. É aquela musiquinha engraçada que todo mundo já tentou cantar alguma vez. Achei alguns videos legais do youtube sobre essa tradição antiguíssima.




        Por favor me perdoe pelo veneno, mas antes que você assista o de baixo, eu preciso fazer um comentário: Observe que engraçado a lingüinha do senhor. Hahaha



   
    Voltemos ao passeio. Enquanto você assistia aos vídeos, eu e o Tato desembarcamos no mosteiro, achamos um lugar na sombra de seu Biergarten e pedimos pratos alemães deliciosos, acompanhados naturalmente de 2 Maß (canecão de 1 litro de cerveja). Eita vida boa!


Mosteiro St. Bartholomä

Cerveja ao pé da montanha

Spätzle (massinha) com fatias de carne de porco ao molho de cogumelos
   
    Felizes e alimentados, demos uma volta pelos arredores, tiramos algumas fotos e corremos para o barquinho a fim de voltar a tempo pro porto e pegar um teleférico até o alto de uma das montanhas.  
    Uau. Que maravilhoso! Meu Deus... Parabéns! Esse lugar foi muito bem feito. Visto de baixo ou de cima, não importa o ângulo, tudo é de uma perfeição hipnotizante. Verdadeiro colírio para os olhos! Bálsamo para a alma!



Aproveitei para fazer uma homenagem


    Lá em cima tem um restaurante com vista pro mar de montanhas. Tomamos uma weißbier com a cabeça nas nuvens. Literalmente. O mundo miniatura lá de baixo nem parecia de verdade. Uma vez ou outra se ouvia o sino do pescoço de alguma vaca alpinista. Ao nosso lado, um pintor jovem fazia seu retrato a óleo da paisagem. 


    Inesquecível! Desde então sonhamos com a idéia de um dia alugar uma cabana no meio dos Alpes e mergulhar no seu silêncio. Não é a toa que os monges tibetanos são tão tranqüilos. As montanhas têm uma energia contagiante que revigora todos os nossos poros cosmopolitas poluídos. 
   




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