Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Meu primeiro papel

    Vim aqui confessar que na minha estréia no teatro, com 6 anos de idade, numa escola americana onde cursei o pré-primário, interpretei o grande papel de um milho que não conseguia virar pipoca.
   Vestida com um saco de lixo amarelo (as pipocas bem sucedidas vestiam sacos brancos), mal sabia eu que já tratava de um tema tão profundo da alma humana.
    Meu pequeno Hamlet peruá queixava-se para os cozinheiros suas dores metafísicas do não ser. Desenvolvia-se um bate-papo cabeça e todos cantavam em conjunto: You can do it, pop pop! You can do it, pop pop! You can do it if you try!!! Então, milagrosamente, eu e mais alguns milhos fracassados, encorajados pelo canto coletivo, vencíamos o obstáculo e nos transformávamos na tão almejada pipoca. A peça acabava com um “felizes para sempre” versão Popcorn Parade.
    Quem diria que um singelo espetáculo infantil pudesse ir tão longe nas questões metafísicas, comovendo corações, espelhando a luta diária da humanidade, inspirando grandes políticos!
   Anos mais tarde, vestida novamente com o tema que me lançou no mundo artístico, recebi o tão renomado prêmio de melhor fantasia na festa Ósmar da artes cênicas. Só que dessa vez, eu não era um peruá ou UMA pipoca retardatária, eu era um saquinho inteiro!!!
Pois é... como já diziam meus companheirinhos americanos:YES, WE CAN!!! 

  

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