Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A história do Bule de London

Em Julho tivemos a oportunidade de voltar para a terra dos Gentlemen com a Irmes e a Mari.

Desde a outra vez que fui pra lá fiquei encucada com a idéia de fazer um chá de London com torradas e biscoitos amanteigados aqui em casa. Mas com os vai-e-véns da vida nunca tive tempo de promover o evento (detalhe: os convidados seriam só eu e o Tato mesmo.... hahaha).

Mas... voltemos à London e seu Ben nem tao Big assim. Durante nosso delicioso passeio pelas avenidas gigantes entramos em uma lojona de souvenirs no mundo iluminado do Picadilly Circus. E foi aí que aconteceu. Foi aí que O avistei. E me apaixonei. O Bule!!!! Com letra maiúscula. Perfeito para o meu tão idealizado chá. Eu PRECISO TER esse Bule, pensava vidrada durante meu surto consumista.

Como convencer, no entanto, meus companheiros viajantes de que eu, Jaquelina que nunca toma café nem promove chás, precisava de um Bule?

A idéia ficou remoendo na minha cabeça. Não comprei na hora. Na verdade eu também estava com um pouco de vergonha porque meu Bule não é nada tradicional. Eu precisava de coragem para me dar um presente daqueles. Como permitir a si mesmo comprar um negócio que nem é tão útil assim? Ainda mais eu, fajutinha, que só compro sem culpa quando as coisas estão em promoção. Infelizmente o preço do meu sonho de consumo passava longe de uma delas. Será que eu devia desistir? Mas esse bule, aliás, Bule.... ele é como eu! Nós fomos feitos um para o outro!!!

Resolvi dormir com o dilema. E, para minha alegria, no dia seguinte... recebi o SINAL!!! Depois de brigar por um espacinho na multidão para assistir a troca da guarda na frente do Palácio de Buckingham, fomos parar numa balada no jardim do palácio do Charles. Na entrada, após passarmos por um super-sistema de segurança igual de aeroporto, recebemos uma sacolinha de brinde. E adivinha o que tinha lá dentrooooo? Além de um leque japonês chiquérrimo, tinha uma caixinha chiquérrima com pedrinhas chiquérrimas de um chá verde chiquérrimo. Era o SINAL!!!!

Não hesitei mais. Avisei que naquela tarde tinha negócios pendentes a resolver na lojona de souvenirs. Quem quisesse poderia ir junto. Expliquei. Ninguém entendeu direito, mas tb não me recriminou. Eu estava tão decidida e segura de mim que minha compra quase soou razoável!

No dia seguinte voei para casa não cabendo em mim de felicidade! Trazia um tesouro na mala. Todos estavam convidados na mesma tarde para o meu chá de London! Seria muito melhor do que havia sonhado: TRÊS convidados, chá londrês e bule londrês. Só precisava passar no supermercado buscar os biscoitos e seria uma tarde inesquecível! Pedi ainda que todos usassem chapéus iguais das Madames no casamento do William e me encontrassem às 17:00 na cozinha.

Desfiz a mala. O Bule tinha sobrevivido intacto à viagem. Ufa!!! Fui lavá-lo com todo o cuidado do mundo para sua estreia logo mais.

Foi quando o mundo desabou.

Enchi de água e a água não saia. Como pode? Pensava. Deve ser alguma travinha de segurança, algum isopor de proteção. Enfiei a mão dentro do mardito e constatei o inconstatável, inadmissível, incompreensível: ele não tem buraco.

SIM meus amigos. O Bule ou veio com defeito ou é apenas um objeto decorativo.

Marinarva, Irmes e Tato quase morreram de rir da minha tragédia.

Eu decidi não arriscar um furo com furadeira. Poderia ser fatal. Pior do que Bule sem furo é Bule em milhões de pedacinhos.

O Chá foi cancelado por motivo de força maior.

E desde então.... observo o tal diariamente no parapeito da minha janela junto com minhas várias souvernirs de viagens.

Pelo menos uma história pra contar J Quem é que nunca viajou e voltou com lembrancinhas inusitadas? Por exemplo, um rolo de papel higiênico com estampa de notas de euros ou uma foca de pelúcia branca da lojinha de 1 Euro? huhuhuhu



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