Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








domingo, 17 de junho de 2012

Viajando no Schönbrunn - Viena

    Em vez de descrever o meu fim de semana em detalhes e citar a nossa lista de atividades como uma espécie de guia de viagem, eu prefeito escolher um ponto que me foi mais marcante e contá-lo do meu jeito: sem pressa e com licença poética. De impessoal basta o Tripadvisor. Aqui você verá um pedacinho de Viena através da luneta de Jaquelina.
    Naturalmente que o que mais me marcou foi o Palácio gigantesco Schönbrunn. Para visitar só esse complexo é preciso no mín. uns 3 dias. Além de mais de 40 salas pode-se visitar o jardim, o zoológico, uma estufa com plantas exóticas, o teatro de bonecos, uma exposição de pés de laranjas, um museu de carruagens. Tudo isso sem contar com os concertos que são oferecidos a noite. 


    
    Nós ficaremos com as salas e o jardim, na companhia de Mozart e milhares de senhoras com perucas brancas e vestidos bolo de noiva.
    Fizemos o chamado Grand Tour com caminhada de 1 hora e 30 pelo palácio e foi uma verdadeira viagem no tempo. Visitar 40 salas pode se tornar cansativo para quem só observa a decoração chinesa da parede ou o lustre de ouro da sala de jantar. Já quem, com um pouco de criatividade, imagina a vida pulsando dentro dessa infinidade de cômodos, pode se divertir bastante com o passeio.
    Eu fiquei o tempo todo a imaginar como será que era a vida das princesas. Que tédio! O que será que elas faziam o dia inteiro sem internet? Ouvi dizer, porque agora já não tenho mais certeza se inventei isso, que a princesa Sissi precisava de algumas horas de sua manhã só para arrumar os cabelos. Aliás, precisava de horas para que ALGUÉM arrumasse os seus cabelos. Não existia um: Te encontro em 10 minutos. Calçar um All Star e sair pra fazer um jogging no quintal então... nem pensar! Impossível! Aliás, a Sissi estaria mais para um Nike shocks.
    A verdade verdadeira é que eu estou aqui reclamando, mas morro de vontade de um dia usar um daqueles vestidos beeeeem grandes que nem passam na porta. Com direito a sombrinha rendada e chapéu decorado com penas de Fasão. Nossa! Fasão soa fino demais! Quem sabe se um dia o teatro não me realiza esse desejo.
    Voltando a questão do tédio... talvez de fato nem fosse tão chato assim. Era preciso muito tempo pra tudo. Qualquer atividade básica durava uma vida:
·       Vestir-se adequadamente = 2 horas
·       Refeições reais em família = 1 hora e meia x 3 (café, almoço, janta)
·       Voltar da sala de jantar pro quarto pra fazer a sesta depois do almoço = 15 min.
·       Achar o pai no palácio para dar recado urgente = 30 minutos (com sorte). Ou será que eles tinham um sistema secreto de interfones?
    Eu imagino que quem se divertia mesmo eram as crianças. Já pensou brincar de esconde-esconde num lugar desses? Cada rodada durava dias! No jardim então... meses!
    O negócio é que a vida devia ser um blá blá blá sem fim. Imagina que cansativo ter que fazer a social o tempo todo. Pensam que é fácil assim ser a princesa Kate? Imagina só o tanto de reuniões chatas que ela deve comparecer diariamente com a avó véia do marido e ainda ter que sorrir o tempo todo.
    Bom... tudo nesse mundo tem o seu lado bom e ruim:
·       Olhar todos os dias a cara lavada dos 300 parentes que compõe a nobreza e consomem a fortuna do seu pai, o rei = chato
·       Comer diariamente pratos maravilhosos preparados pelas maravilhosas cozinheiras reais = legal
·       Ter que controlar as calorias diante desses banquetes para não perder os luxuosos vestidos balão= chato
·        Ouvir o Mozart ao vivo e a cores na sua sala de estar = legal (Ele tocava freqüentemente no Palácio Schönbrunn).
·       Passear de carruagem pelos jardins= legal
·       Sentir constantemente durante o passeio o fedozinho do cavalo= chato
·       Comparecer aos bailes reais = legal
·       Não poder encher a lata = chato
    E os empregados? Alguém já parou pra pensar neles? Por onde circulavam? Nós turistas só transitamos pela parte nobre do palácio, mas quem prestar um pouquinho de atenção verá que em cada cômodo existe uma porta discreta e disfarçada por onde transitavam os serviçais. Devia haver um mundo paralelo por detrás daquelas paredes ricamente decoradas. Aliás, esse também seria um tour interessante: Schönbrunn lado B.
    Enfim... onde eu quero chegar com tudo isso? Nem sei. Acabei me perdendo no primeiro piso do edifício principal. Antes de ir embora, porém, gostaria de passar pelos mistérios do jardim. Mas onde é que fica a saída para o lado de fora? Devo passar pelo escritório da arquiduquesa Sofia ou virar a esquerda na sala de Napoleão? Ou ainda pular da janela do Gabinete oval chinês?

    Antes de sair vai aí uma fofoquinha real: Vocês sabiam que Francisco Estevão e Maria Teresa tiveram nada mais nada menos que 16 filhos? Haja Babysitter pra tanta criança. É uma fartura sem fim! Pelo menos nos nomes eles economizavam um pouco: Estevão I, Estevão II, Estevão III e assim por diante. Agora, no meio dessa parentaiada toda, se você me perguntar o que a famosa Sissi foi da dona da casa Maria Teresa, eu só poderei palpitar... nora talvez? Precisamos ver o filme, um clássico do cinema. É tanta gente nobre que dá até um nó na cabeça. A propósito... a estória dos Estevãos... não é lá muito verídica. É que eu não resisto aos encantos dessa tal liberdade poética.

    Saindo para o ar puro do jardim. Meus amigos... QUE JARDIM! Nós o desbravamos através de um trenzinho, de tão grande que era.  Uma loucura! Cada estátua, cada fonte, cada árvore esculpida, uma mais linda que a outra.  



    Bem de frente pra “bunda” do palácio, no extremo oposto do jardim, fica o monumento mais belo de todos, o Gloriette. Foi construído para celebrar uma batalha vencida. Qual batalha? Há... só Deus e os livros de história sabem. O que importa é a fofoca que eu ouvi, se não me engano o Audio Guide quem contou, que um desses finos aí adorava tomar seu café da manhã lá em cima, apreciando a vista panorâmica do Schönbrunn com a cidade de Viena ao fundo. Nada mal né?
    Para finalizar nosso passeio, deixo-os com uma fofoca quente de fontes seguras. Um bafón: Escondida no meio do matagal do jardim, que é maior que o país de Mônaco, fica uma casinha amarela que era usada para encontros de caça e encontros secretos amorosos. Eu vi com meus próprios olhos. Ou seja, o Rei cara de pau não se dava nem o trabalho de sair de casa para coroar a cabeça de sua rainha com um par de chifres reais!
    Fim do tour. Fica a dica: assistir Amadeus. Além de ser um filme genial, muitas cenas reproduzem cômodos do palácio de Schönbrunn. 


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