Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.

Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.








segunda-feira, 28 de março de 2011

O rei dos Elfos (Erlkönig)

Estou ajudando uma amiga minha a ensaiar para uma prova de aptidão de uma escola de teatro de Munique e eis que ela me recita o poema abaixo (em alemão). Achei cênico, bonito e trágico. Então segue um pouco de Goethe, agora em português :)

O rei dos Elfos

Quem cavalga tão depressa através da noite e do vento?
O cavaleiro é um pai com o seu filho;
Leva o menino bem abraçado,
Segura-o com firmeza, mantendo-o agasalhado.
Meu filho, porque escondes tanto essa carinha?
Não vês tu, papai, o Rei dos Elfos,
com a coroa e o manto?
Meu filho, é apenas uma réstia de névoa.

Meu querido menino, vem comigo! Ah, vem comigo! Vens?
Brincarei contigo jogos bem divertidos;
Na margem tem muitas flores coloridas,
Minha mãe tem para ti muitos vestidos dourados.
Papai, Papai, tu não ouves
o que o Rei dos Elfos me promete baixinho?
Sossega, meu filho, fica sossegado:
É o vento que murmura nas folhas secas.

Queres vir comigo, meu bom rapaz?
Tenho filhas que tomarão bem conta de ti,
As minhas filhas conduzem as danças noturnas,
E assim te embalarão, a dançar e a cantar.
Papai, Papai, não vês
as filhas do Rei dos Elfos além, na escuridão?
Meu filho, meu filho, o que em torno se passa
É o brilho pardo dos salgueiros velhos.

Gosto de ti, dessa linda figura,
E se não vieres a bem, levo-te à força.
Papai, Papai, o Rei prendeu-me agora!
Ai! Quanto me magoou o Rei dos Elfos!
O pai assusta-se, cavalga velozmente,
Segura nos braços o filho que geme,
Chega a sua casa, cansado e apressado.
Nos seus braços vai já morto o menino.

Goethe

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