Não quero mais a neutralidade. Quero assumir minha realidade e me expor e vencer o medo de errar que bloqueia o movimento e a criação. Quero pecar por excesso.
Esse blog é isso. Um exercício de Libertação.
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quarta-feira, 20 de junho de 2012
Uma frase
Pedalando minha 1 hora diária por umas
estradinhas alemãs no meio do campo, deparei-me com várias vacas pastando. E
antes que eu notasse o que estava pensando, me saiu essa frase da cabeça: Eu
queria ter a paz interna da vaca que pasta!
terça-feira, 19 de junho de 2012
Comendo chocolates e queijos em Zurique
Fizemos uma viagem de carro tranqüila de Munique até
Zurique com duração de 3 horas e pouco (tirando a pausa do almoço). Desde que
cruzamos a fronteira da Suíça, viajei a postos com a máquina fotográfica
engatilhada, a fim de capturar as belezas dos Alpes Suíços. Belezas que eu não
vi. Sim meus amigos, o percurso calculado pelo nosso GPS passou longe das tão
cenográficas montanhas e eu, à caça de fotos e ângulos inesquecíveis, cheguei
de mãos vazias. A sorte é que teríamos uma segunda chance na volta pra casa e
foi isso que fizemos. Mas esse é outro capítulo.
Após deixarmos o carro e as malas no Hotel Ibis, fomos de
bonde até a estação central. Lá trocamos nossos lindos euros por francos suíços
e estávamos prontos para passear. Meu pai perguntou:
- Jaque, o que você quer fazer primeiro?
Eu: -Comer chocolates.
Eu: -Comer chocolates.
A balofinha aqui já estava até com o endereço da maior
loja da chocolateria tradicional Sprüngli no bolso. Fomos então os 3 (eu, pai e
mami) caminhando pela famosa Bahnhofstrasse, uma das ruas com lojas mais caras
do mundo, até acharmos o paraíso dos sonhos das nossas lombrigas.
Entramos. Nossa! Que coisa mais linda! Ninguém calcula a
alegria que eu sinto dentro de mim quando entro numa doceria assim. Uma vez, em
Berlim, eu passei mal de felicidade num restaurante indiano quando chegaram
nossos pratos. Fiquei meio sem ar! O Tato faz piada até hoje. Ai.... Deus me
perdoe por essa minha paixão obsessiva pelas comidas boas do mundo. E já que é
pra falar a verdade, eu vou lavar minha alma e confiar que você, meu leitor
amigo, vai me perdoar: Eu prefiro gastar dinheiro comendo do que comprando
coisas. Pronto. Saiu.
Voltando a Sprüngli... meus olhos foram direto nos
macarrons, os protagonistas do espetáculo. Rick Steves mandou comer, eu como
mesmo (Rick Steves é um americano que escreve livros e publica vídeos de
viagens no youtube).
Paguei a vida por uma caixinha com 10 macarrons que
escolhemos a dedo. A chocolateria possui até um catálogo com os sabores da
estação e os tradicionais. Um verdadeiro book fotográfico dos macarrons.
Saí tão alegrinha como se estivesse carregando uma caixinha de tesouro.
Procuramos então um banquinho na beira do lago de Zurique, onde pudéssemos
sentar e nos deleitar com as pequenas pedras preciosas comestíveis. Elas têm o
tamanho um pouco maior que uma moeda de 1 real.
Foi maravilhoso! O negócio é um suspiro meio crocante com
creminho no meio (parece um mini hamburguerzinho) e tem gosto de nuvem. Desfaz
na boca. Valeu cada franco suíço do meu modesto bolso alemão. Nossos preferidos
foram o de Champanhe, que não bastando ser delicioso era lindo, dourado, um
luxo e um verde e rosa de morango com Rhabarber (?).
Meu pai, por sua vez,
havia comprado uma barra de chocolate amargo que veio toda embrulhada em papel
dourado, parecendo uma barra de ouro. Dava até dó de comer. Esse, porém, não
conseguiu bater a Lindt. Convenhamos que é impossível ganhar das suas bolinhas.
Por favor... ATENÇÃO: Alguém ainda não experimentou as bolinhas da Lindt? Não
falo das barrinhas, nem das barronas, nem do coelhinho, nem dos pralinés. Eu
falo das BOLINHAS. Elas foram eleitas por mim uma das delícias gastronômicas
mais maravilhosas já existentes na face terrestre. Sem exagero! Isso é uma
verdade saída das profundezas mais profundas do meu coração balofinho. Uma
bolinha dessas é capaz de tirar uma pessoa da depressão, é capaz de unir a
humanidade, salvar vidas, instaurar a paz mundial. Aposto que se o gato Tom tivesse
experimentado uma dessas, ele nunca mais tentaria comer o Jerry. Se o macarron
é demais, a bolinha é SUBLIME! A de stracciatella versão limitada que eu comi
lá então... Insuportável. Dói de tão bom. Ok. Agora vou me conter.
Apreciemos agora os queijos. Como Zurique é uma cidade
extremamente cara, não hesitamos em passar no supermercado do lado da estação
(ele também chama Coop, como no Brasil) e comprar delícias suíças para
experimentar no hotel. Levamos um fedô amarelo e molengo, um durinho e discreto
e um genial com nozes no meio. Um trio fantástico. Fizemos uma farofada
finíssima no quarto com direito a champanhe suíça e cerejas frutas de
sobremesa.
Fechando mais esse capítulo gastronômico do meu blog, vou
dividir com vocês um ponto negro da minha alma.
Antes de ir
embora, no último dia, percebi que haviam sobrado alguns francos suíços na
carteira. Decidi então gastá-los da melhor forma possível: na Sprüngli.
Comprei 3 bombonzinhos de diferentes tipos de chocolate.
Eles eram tão pequenos, tão delicados e tão caros que fui dominado por um medo:
ter que dividi-los. O pacotinho suava nas minhas mãos trêmulas. Olhei atenta
para os lados para avistar os supostos inimigos. Meu pai esperava do lado de
fora e minha mãe comprava algo do outro lado da loja. Caminho livre. O medo
agora já era terror. Enquanto caminhava da caixa registradora para porta de
entrada, engoli os 3. Num flash de desespero. Ufa! Que alívio! Pena que não deu
pra sentir o sabor.
Quando saí, meu pai perguntou: -Ué não comprou nada?
Foi aí que eu vi o tamanho do meu monstro. Agora já era
tarde. Eles eram já eram todos, TODOS meus... para sempre!
Eu minutos antes do crime |
Essa não foi a única tragédia dessa tarde na doceria. Ao
mesmo tempo que eu conquistava meu lugarzinho no inferno, do outro lado do
balcão, minha mama se deixava encantar por uma tortinha de morango. Uma tortinha que a deixou tão pálida na hora
de pagar quanto as neves mais branquinhas do topo mais elevado dos Alpes.
Os vendedores safadinhos escrevem na etiqueta o preço
equivalente a 100 gramas. Só que ninguém imagina que aquela tortinha, colocada
estrategicamente do lado da tal etiqueta, pesa umas 350. OPS! Não faz mal! É
uma vez na vida e ainda vira história pra contar J
Um brinde aos melhores pais do mundo! |
domingo, 17 de junho de 2012
Viajando no Schönbrunn - Viena
Em vez de descrever o meu fim de semana em detalhes e
citar a nossa lista de atividades como uma espécie de guia de viagem, eu
prefeito escolher um ponto que me foi mais marcante e contá-lo do meu jeito:
sem pressa e com licença poética. De impessoal basta o Tripadvisor. Aqui você
verá um pedacinho de Viena através da luneta de Jaquelina.
Naturalmente que o que mais me marcou foi o Palácio
gigantesco Schönbrunn. Para visitar só esse complexo é preciso no mín. uns 3
dias. Além de mais de 40 salas pode-se visitar o jardim, o zoológico, uma
estufa com plantas exóticas, o teatro de bonecos, uma exposição de pés de
laranjas, um museu de carruagens. Tudo isso sem contar com os concertos que são
oferecidos a noite.
Nós ficaremos com as salas e o jardim, na companhia de
Mozart e milhares de senhoras com perucas brancas e vestidos bolo de noiva.
Fizemos o chamado Grand Tour com caminhada de 1 hora e 30
pelo palácio e foi uma verdadeira viagem no tempo. Visitar 40 salas pode se
tornar cansativo para quem só observa a decoração chinesa da parede ou o lustre
de ouro da sala de jantar. Já quem, com um pouco de criatividade, imagina a
vida pulsando dentro dessa infinidade de cômodos, pode se divertir bastante com
o passeio.
Eu fiquei o tempo todo a imaginar como será que era a
vida das princesas. Que tédio! O que será que elas faziam o dia inteiro sem
internet? Ouvi dizer, porque agora já não tenho mais certeza se inventei isso,
que a princesa Sissi precisava de algumas horas de sua manhã só para arrumar os
cabelos. Aliás, precisava de horas para que ALGUÉM arrumasse os seus cabelos.
Não existia um: Te encontro em 10 minutos.
Calçar um All Star e sair pra fazer um jogging no quintal então... nem pensar!
Impossível! Aliás, a Sissi estaria mais para um Nike shocks.
A verdade verdadeira é que eu estou aqui reclamando, mas
morro de vontade de um dia usar um daqueles vestidos beeeeem grandes que nem
passam na porta. Com direito a sombrinha rendada e chapéu decorado com penas de
Fasão. Nossa! Fasão soa fino demais! Quem sabe se um dia o teatro não me
realiza esse desejo.
Voltando a questão do tédio... talvez de fato nem fosse
tão chato assim. Era preciso muito tempo pra tudo. Qualquer atividade básica
durava uma vida:
· Vestir-se
adequadamente = 2 horas
· Refeições
reais em família = 1 hora e meia x 3 (café, almoço, janta)
· Voltar
da sala de jantar pro quarto pra fazer a sesta depois do almoço = 15 min.
· Achar
o pai no palácio para dar recado urgente = 30 minutos (com sorte). Ou será que
eles tinham um sistema secreto de interfones?
Eu imagino que quem se divertia mesmo eram as crianças. Já
pensou brincar de esconde-esconde num lugar desses? Cada rodada durava dias! No
jardim então... meses!
O negócio é que a vida devia ser um blá blá blá sem fim.
Imagina que cansativo ter que fazer a social o tempo todo. Pensam que é fácil
assim ser a princesa Kate? Imagina só o tanto de reuniões chatas que ela deve
comparecer diariamente com a avó véia do marido e ainda ter que sorrir o tempo
todo.
Bom... tudo nesse mundo tem o seu lado bom e ruim:
· Olhar
todos os dias a cara lavada dos 300 parentes que compõe a nobreza e consomem a
fortuna do seu pai, o rei = chato
· Comer
diariamente pratos maravilhosos preparados pelas maravilhosas cozinheiras reais
= legal
· Ter
que controlar as calorias diante desses banquetes para não perder os luxuosos
vestidos balão= chato
· Ouvir o Mozart ao vivo e a cores na sua sala
de estar = legal (Ele tocava freqüentemente no Palácio Schönbrunn).
· Passear
de carruagem pelos jardins= legal
· Sentir
constantemente durante o passeio o fedozinho do cavalo= chato
· Comparecer
aos bailes reais = legal
· Não
poder encher a lata = chato
E os empregados? Alguém já parou pra pensar neles? Por
onde circulavam? Nós turistas só transitamos pela parte nobre do palácio, mas
quem prestar um pouquinho de atenção verá que em cada cômodo existe uma porta
discreta e disfarçada por onde transitavam os serviçais. Devia haver um mundo
paralelo por detrás daquelas paredes ricamente decoradas. Aliás, esse também
seria um tour interessante: Schönbrunn lado B.
Enfim... onde eu quero chegar com tudo isso? Nem sei.
Acabei me perdendo no primeiro piso do edifício principal. Antes de ir embora,
porém, gostaria de passar pelos mistérios do jardim. Mas onde é que fica a
saída para o lado de fora? Devo passar pelo escritório da arquiduquesa Sofia ou
virar a esquerda na sala de Napoleão? Ou ainda pular da janela do Gabinete oval
chinês?
Antes de sair vai aí uma
fofoquinha real: Vocês sabiam que Francisco Estevão e Maria Teresa tiveram nada
mais nada menos que 16 filhos? Haja Babysitter pra tanta criança. É uma fartura
sem fim! Pelo menos nos nomes eles economizavam um pouco: Estevão I, Estevão
II, Estevão III e assim por diante. Agora, no meio dessa parentaiada toda, se
você me perguntar o que a famosa Sissi foi da dona da casa Maria Teresa, eu só
poderei palpitar... nora talvez? Precisamos ver o filme, um clássico do cinema.
É tanta gente nobre que dá até um nó na cabeça. A propósito... a estória dos
Estevãos... não é lá muito verídica. É que eu não resisto aos encantos dessa
tal liberdade poética.
Saindo para o ar puro do jardim. Meus amigos... QUE JARDIM! Nós o desbravamos
através de um trenzinho, de tão grande que era.
Uma loucura! Cada estátua, cada fonte, cada árvore esculpida, uma mais
linda que a outra.
Bem de frente pra “bunda” do palácio, no extremo oposto do jardim, fica o monumento mais belo de todos, o Gloriette. Foi construído para celebrar uma batalha vencida. Qual batalha? Há... só Deus e os livros de história sabem. O que importa é a fofoca que eu ouvi, se não me engano o Audio Guide quem contou, que um desses finos aí adorava tomar seu café da manhã lá em cima, apreciando a vista panorâmica do Schönbrunn com a cidade de Viena ao fundo. Nada mal né?
Para finalizar nosso passeio, deixo-os com uma fofoca
quente de fontes seguras. Um bafón: Escondida no meio do matagal do jardim, que
é maior que o país de Mônaco, fica uma casinha amarela que era usada para
encontros de caça e encontros secretos amorosos. Eu vi com meus próprios olhos.
Ou seja, o Rei cara de pau não se dava nem o trabalho de sair de casa para
coroar a cabeça de sua rainha com um par de chifres reais!
Fim do tour. Fica a dica: assistir Amadeus. Além de ser
um filme genial, muitas cenas reproduzem cômodos do palácio de Schönbrunn.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Clowns modernos e muito bons
Dia 06 de Maio fui assistir a um show de Clowns
no Circus Krone aqui em Munique, que contava com a presença do Oleg Popov. Devo admitir
que não esperava muito do show, já que hj em dia é bem difícil ver Clown que
preste, ainda mais num espetáculo tão comercial como esse. E adivinha só...
para minha surpresa foi tudo maravilhoso! De verdade! Descobri vários Clowns modernos muuuuito legais que acabaram até roubando a cena do grande Oleg Popov.
Este último, com seus números bem antigos, deu ao espetáculo uma atmosfera mais
melancólica do que de fato engraçada. Foi interessante perceber a evolução dos Números para os dias de hoje. Noite inesquecível.
Abaixo alguns vídeos do youtube. Acho importante divulgar os nomes de Clowns contemporâneos bons, já que a busca por novas referências nesse campo não é nada fácil.
Avner Eisenberg. Foi o que eu mais gostei:
Peter Shub, foi também uma das surpresas da noite:
David Shiner. Ele faz números totalmente interativos com os espectadores e fica muito divertido ver o público se envolvendo e fazendo junto.
E pra fechar vi René Bazinet que destruía na mímica!
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