Olá! Cheguei hoje do trabalho e me deparei com o laptop
em cima da escravinha, onde ele raramente fica, o que me deu uma vontadezinha
de escrever. Para aumentar ainda mais esse clima literário da sala, o Tato saiu
pra treinar futebol e a casa ficou num silêncio poético perfeito com o sol se
pondo aqui do meu lado, bem em cima do sofá.
Aí eu sentei, abri o Word e pensei sobre o que eu quero
falar. Consegui escrever o título desse post. E travei. Vazio cerebral.
Fui então na cozinha e fiz um Cappuccino (porque não bebo
café) pra eu me sentir bem intelectual com uma xícara do lado do computador. Dá
um ar de inteligência!
E agora estou aqui, enchendo lingüiça, em vez de falar do
que me propus. Às vezes é difícil cercar
a tal da galinha! Se é que vc me entende...
Enfim... eu queria era falar sobre essa coisa que cresceu
em mim principalmente depois que eu me mudei pra cá, essa coisa que é uma
vontade louca de ver tudo, fotografar tudo, experimentar tudo, conhecer tudo. É verdade que a faculdade plantou em mim a
semente do querer aprender cada vez mais e mais e mais e mais, mas parece que
foi aqui na Alemanha que eu enveredei de vez por esse caminho sem volta de PRECISAR
ver o máximo possível do mundo. Digo caminho sem volta porque acho que expandir
o horizonte, “crescer a cabeça” é uma atividade tão prazerosa, que se torna
viciante. Sou uma viciada em viver! E
não quero por nada, nunca mais, perder esse vício construtivo e saudável.
Já tenho vários projetos de momentos que quero vivenciar
no Brasil quando voltar: desfilar em uma escola de samba, promover uma tarde de
assar biscoitos natalinos com minha família, aprender as receitas da minha avó,
conhecer Ouro preto, conhecer o Brasil.
Não posso também perder essa minha pressa, que nasceu por
causa do meu tempo limitado na Europa e que me fez entender que os meus dias de
vida serão curtos demais para eu ver e sentir e experimentar tudo o que existe
de maravilhoso.
Eu queria aproveitar e registrar duas coisas muito legais
que nós fizemos esse ano e que eu nunca tinha imaginado fazer:
Uma delas foi um curso para aprender a
preparar Cocktails. Um curso beeeeeeem prático, em que o professor jogou algumas
receitas em nossas mãos e disse: bom divertimento!
Ao nosso dispor estavam dezenas de
garrafas de bebidas, sucos, frutas, canudos coloridos etc...
Haja estômago pra
experimentar tanta mistureba! Foi muito legal.
Fiquei tão animada com esses workshops oferecidos pela
escola do povo daqui (Volkshochschule), que resolvi investir na carreira
culinária do Tato e inscrevi o coitado num de Sushi. E em um de fotografia
também (no caso eu não tenho muito apetite tecnológico e prefiro ser a modelo
do fotógrafo). Lembrei que no Brasil existe o Sesc, o Senac e que se a correria
do dia-a-dia permitir, seguirei sempre me renovando com mini-cursos agradáveis.
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Bloody Mary e Pina Colada! HUmmm que delícia :)
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Alegrinha experimentando mais uma da lista!
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Outra foi uma oficina de Street Art, mais precisamente de Stêncil, que nós fizemos em Berlim.
Parece que o mundo cresceu diante de nós com a nossa primeira ida à cidade em 2010, quando entramos em contato com o universo underground dos Grafites através de um tour super legal, que até ganhou um post aqui no blog chamado Free Tour alternative Berlin (outubro de 2010).
Infelizmente, como nossas viagens são sempre de fins de semana, o tempo foi curto demais pra fazer o workshop.
Felizmente, voltamos para Berlim em fevereiro deste ano (2012) e pudemos matar a vontade de segurar um spray na mão e soltar a criatividade do nosso espírito pichador! A única diferença é que em vez de picharmos paredes, fizemos nossas obras dentro de um ateliê numa placa de papelão. E foi genial! Não que eu tenha algum talento ou queira seguir carreira, mas foi enriquecedor provar um pedaço, até então desconhecido por nós, desse planetão suculento.
Abaixo algumas fotos da tarde divertida:
Fase 1: Depois de escolher seu desenho é preciso cortar com um estilete as partes brancas!
Fase 2: Iniciar
pintando o fundo
Fase 3 e última: Quando se pinta a figura!
Obs: O mesmo
stêncil (figura) pode ser usado várias vezes. Os fundos podem ser pintados das
formas mais malucas possíveis com obejtos furadinhos, tecidos, telas, arames,
etc...
Notei que nós
iniciantes pecamos por excesso, o que é perfeitamente compreensível: apesar do
fundo já estar bonito, vc sempre quer fazer mais um pouquinho e mais um
pouquinho, até que sai uma cagada e tem que arrumar tudo!
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Tato e sua super corujinha! |
Moral da história: O verbo ter não tá com nada. O negócio é descobrir ou redescobrir o mundo. Descobertas de um novo mundo! Há... Olha o merchã!