Estou escrevendo sem saber direito do quê, mas com plena consciência do porquê.
Hoje tenho meu sábado deliciosamente livre até as 18:00 e uma sensação inquietante não me deixa desfrutar o “Dolce Far Niente” (ainda tenho muito que aprender com os italianos). É que eu tenho que me espremer, mesmo sem inspiração, para registrar tudo dessa minha vida européia que está chegando ao fim. As areinhas escorrem aceleradas na ampulheta do meu tempo e eu me pego desesperada a catar minhas lembranças, antes que elas se percam no deserto vazio do esquecimento. Eu tenho que guardar o máximo possível delas.
Amanhã será Abril! Já venci meu último inverno alemão! Nem sei como explicar o alívio que essa sensação me traz. Parece que só agora caiu minha ficha. Na verdade, só depois que falei com minha avó no telefone e ela deu um grito de alegria quando contei isso pra ela. Acho que eu estava esperando para ter certeza de que realmente não iria esfriar mais e assim poder ficar feliz de verdade. E acho que já posso afirmar com tranqüilidade, pois as plantinhas já escancaram essa verdade que alivia meu coração: O último inverno cinza desses meus 4 anos alemães ficou para trás! É fato que quando formos embora em Dezembro já estará um pouco friozinho por aqui, mas esse friozinho é todo outro. Ele tem um clima romântico de Natal europeu que tanto me fascina.
Hoje acaba março. Nossa diferença de horários passou pra 5 horas. Os dias já escurecem as 19:30 e isso me dá uma energia incalculável. Definitivamente sou uma pessoa de calor!
Hoje, coincidentemente, acabei de ler meu livro do Dostoievski (que tem me acompanhado há pelo menos 2 meses) e assisti os últimos episódios da série da ovelha. Deve ser por isso que estou me sentindo meio viúva nesse momento. Viúva, porém feliz!
Abril chega de cara nova!!! Com o calor de Nápoles (viajaremos na próxima sexta de páscoa) e a beleza das flores.
Ai que delícia que foi virar mais uma folinha do meu super calendário de Pin-up Girls.
E para não perder o motivo que me levou a escrever, segue uma fotinha registro do nosso primeiro Churrasco do ano (adoro essa solenidade que o número 1 dá para as coisas simples). Em plena quarta-feira tive a BENÇA de sair as 15:30 do trabalho num dia ensolarado e quente (17 Graus). Encontrei o Tato e fomos churrasquear no rio. É verdade que ele não estava na sua melhor Shape: sujinho, com árvores peladas e lotado de adolescentes desesperados para pegar um solzinho. Mas eu já o amo pelo que ele me significa e perdôo esse dia de feiurinha. Enfim, o primeiro churrasco do ano foi perfeito! Digno de uma quarta à tarde de começo de primavera.
E está aberta a temporada do Salsichão na Brasa!!!
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